A apadrinhar a entrega da Bota de Ouro a Cristiano Ronaldo, ao lado do seu ídolo, Alfredo Di Stéfano, Eusébio deu show de boa disposição e não poupou elogios ao capitão da selecção portuguesa: «Cristiano Ronaldo tem muitos anos pela frente, e como português já deu cartas em todo o mundo, já foi considerado o melhor do Mundo. Acredito que pode conquistar mais Botas e Bolas de Ouro. A minha equipa em Espanha é o Real Madrid. E Botas de Ouro são mais fáceis de conquistar quando se joga numa equipa como o Real Madrid. Oxalá tenha essa sorte. Tem essa gana de trabalhar muito, e é por isso que gosto muito dele, um rapaz que ouve os conselhos dos mais velhos», resumiu.

Mas Eusébio foi ainda mais elogioso acerca da presença de Alfredo Di Stéfano, símbolo maior da história do Real Madrid, e seu grande ídolo desde os tempos da juventude: «Este homem é o mais completo da história do futebol, o melhor que eu vi. E com ele também aprendi muito, para mim é o número um na História do futebol», afirmou, arrancando aplausos na sala do Hotel Intercontinental.

A ilustrar o mais profundo respeito pelo antigo craque argentino, Eusébio recordou uma história antiga, que já tinha contado no livro Sport Europa e Benfica, sobre o dia em que conquistou a Taça dos Campeões Europeus diante do Real Madrid, em 1962: «Eu era um rapazito novo, com os meus 19/20 anos, e não conhecia Don Alfredo. Tive de pedir ao Coluna, que falava espanhol correctamente, para lhe pedir a camisola depois da final. E quando ele disse que ma dava no fim do jogo, a minha satisfação deu-me para correr até ao pé dele. Ele tirou a camisola, deu-ma, e eu meti-a dentro trousses com medo que ma roubassem. Meti a mão lá e só levantava um braço para festejar. A verdade é que eu tinha acabado de ganhar a Taça dos Campeões Europeus, mas a Taça para mim não tinha importância, eu queria era a camisola dele», concluiu, por entre sorrisos na sala.