Chegados a Dezembro e terminando a primeira fase dos jogos europeus das equipas portuguesas é tempo de balanço. E o saldo é negativo.

Ficou aquém do que se esperava a participação das equipas portuguesas, mas vamos por partes.

Começando pelas equipas que participaram na Liga Europa. Vitória, Estoril e Paços Ferreira estiveram na linha do que esperava e escrevi aqui a 17 de Setembro.

Exigia-se mais? Esperava-se que fossem superiores e passassem a fase de grupos? Não.

Apesar de os adversários não serem os melhores dos seus países, revelavam capacidade e qualidade para serem mais fortes do que os portugueses. E assim foram e fizeram.

Se olharmos para os números, nos 18 jogos realizados apenas uma vitória (e expressiva, do Vitória de Guimarães), oito empates e nove derrotas.

Em relação aos golos, apenas o Vitória teve mais marcados que sofridos. Foram seis, quatro contra o Rijeka, e cinco permitidos na sua baliza, o que resultou no terceiro lugar e cinco pontos.

Quer Estoril quer Paços de Ferreira tiveram um saldo negativo. O Estoril marcou cinco e sofreu oito e ficou com três pontos apenas, em último lugar.

Já o Paços fez três pontos e um terceiro lugar. Mas um só golo marcado e oito sofridos.

Para estas três equipas, estes novos caminhos que agora percorreram serviram para crescer perante as dificuldades. Aprende-se sempre quando temos novos desafios e nos colocam em dificuldades. Foi isso que aconteceu e tinha escrito que havia dois aspectos que para mim seriam importantes: a forma como iriam competir, e aí fizeram pela vida mas não foram capazes de passar, e qual seria o resultado de terem um calendário mais sobrecarregado do que a maioria das equipas da Liga.

Como irá a equipa daqui para a frente apresentar-se física e mentalmente nos restantes meses. Terá influência o número de jogos realizados e os resultados negativos? Olhando para o que tem sido o comportamento, principalmente de Estoril e Vitória, na Liga, não se nota nada. O quarto e quinto lugares na classificação demonstram um rendimento muito positivo.

Em relação ao Paços, a série de resultados negativos não ajudou e o lugar no fundo da tabela ainda se mantém. Agora com Henrique Calisto ao leme as dificuldades mantêm-se e a tarefa permanece complicada.

Este novo desafio não foi apenas para os jogadores mas também para os treinadores, todos eles estreantes (incluo Costinha) nestas andanças.

Isto obrigou a uma gestão ainda mais cuidada e rigorosa do plantel. Não tendo as soluções dos grandes (que normalmente estão sempre presentes) foram fiéis às suas ideias. Excepção feita ao Paços, têm sido capazes, para já, de apresentar resultados positivos na Liga. Não tenho dúvidas de que perante a exigência também eles aprenderam e cresceram.

Virando atenções para o palco principal, verificamos que a presença na Liga dos Campeões foi negativa.

Esperava-se mais de FC Porto e Benfica e acabou por ser uma decepção. E o sorteio foi, no meu entender, favorável e a passagem aos oitavos de final podia e devia ser uma realidade.

Erros colectivos e individuais, ineficácia na finalização e incapacidade das equipas para demonstrar que eram melhores, tudo isto resultou no afastamento e numa enorme frustração.

Falharam naquela que era a sua luta.

Os confrontos directos com aqueles que eram os seus reais adversários. Olympiakos e Zenit estavam no meu entender ao alcance mas não foram capazes de os ultrapassar.

Estar na Liga Europa foi o que se conseguiu.

E agora? Na Luz, Jesus referiu após o ultimo jogo que eram os melhores, a par do PSG, mas apenas os franceses estão na fase seguinte.

Esta segunda-feira as atenções estiveram viradas para a Liga Europa. O sorteio ditou o PAOK. O Benfica é favorito mas o jogo é apenas no final de Fevereiro. Ainda falta algum tempo, a concentração está agora direcionada para a nossa Liga e para o que tem de ser feito para chegar à frente.

Do lado do Dragão a contestação existe e é obrigatório reflectir sobre os resultados. Cinco pontos conquistados (!) e uma vitória apenas, com quatro golos marcados e sete sofridos é muito pouco.

A prestação na nossa Liga não ajuda e apesar de o jogo com o Eintracht Frankfurt ser no final de Fevereiro, o comportamento tem de melhorar. Só assim é possível pensar em outros objectivos.