Dortmund, a cidade que respira futebol. 

Nenhum local é mais sagrado que o Signal Iduna Park, com a sua «Yellow Wall» que é património imaterial do futebol. Há, porém, outro ponto da cidade que é de paragem obrigatória: o Deutsche Fußballmuseum.

O museu da história do futebol germânico está situado à saída de estação de comboios da cidade, a Dortmund Hauptbahnof. Um edifício imponente, qual templo sagrado do futebol alemão. 

Assim que entramos no espaço, inaugurado em 2015, seguimos pela escalada rolante com imagens de adeptos ao nosso redor. Assim que chegamos ao piso de cima, iniciamos uma viagem pela história com vários testemunhos e relíquias a começar pelo «Milagre de Berna».
 

A entrada para o museu do futebol alemão, em Dortmund.


A exposição dedicada ao Mundial de 1954 está repleta de objetos icónicos desde as camisolas dos heróis dessa conquista à bola da final frente à Hungria, do «Major Galopante» Ferenc Puskás. Futebol de outros tempos onde a televisão não estava ao alcance de todos e por isso, a rádio era o principal veículo de informação. O que justifica o facto de o microfone utilizado por uma rádio alemã para narrar a histórica partida de Berna ser peça de museu.

Mas este espaço não lembra apenas epopeias ou triunfos épicos. O «Wembley-Tor», polémico golo da Inglaterra na final contra Alemanha, no Mundial 66, atribuído a Geoff Hurst, é dissecado como se de uma cena de crime se tratasse.

O centro deste piso é um tributo (enorme) a Franz Beckenbauer que faleceu em janeiro deste ano. A vitrine exibe camisolas, troféus e fotografias da carreira tremenda que o «Kaizer» teve não só como jogador, mas também como treinador.

E sentimo-nos pequeninos.

Imediatamente ao lado, recorda-se a final do Itália 90 enquanto se admira uma maquete do estádio Olímpico de Roma. De resto, o museu não homenageia apenas os grandes jogadores alemães: há uma camisola de Diego Armando Maradona exposta nesta secção.

 

A camisola utilizada por Gotze na final do Mundial 2014 está em exposição.



De seguida, mergulhamos nas origens da seleção alemã e só paramos na conquista do Mundial 2014. Mais do que a Taça das Confederações, cujo troféu ocupa destaque numa das salas contíguas, o Mundial de 2006 e o Campeonato do Mundo de 2014, conquistado pela Mannschaft, são as maiores atrações.

Em formato multimédia, é possível recordar numa bola gigante o percurso da seleção alemã desde 2006 até à vitória da «geração de ouro» no Rio de Janeiro, há oito anos. Há também uma vitrine com a camisola usada por Gotze na final contra a Argentina, a bola dos memoráveis 7-1 aplicados ao Brasil e uma medalha de campeão do mundo.

Imagine-se que até o planeamento de Joachim Low para toda a competição está afixado numa parede. Todos e mais alguns vestígios de um mês memorável são apresentados ao público.

Mas como é típico dos alemães, e por mais que a história os envergonhe, os episódios mais negros não são ignorados. Há referências à expulsão de judeus dos clubes de futebol até ao polémico abandono de Mesut Ozil da seleção.

Nada é deixado de fora, no fundo.

Este é também um espaço de culto às lendas. Gerd Muller, Vogts, Brehme, Kahn, Ballack são alguns dos vários nomes que fazem parte do Hall of Fame do futebol alemão. Em sentido contrário, há algo que destoa: lembra-se do Polvo Paul? Pois bem, há um pequeno espaço dedicado ao polvo que se tornou famoso em 2010 por ter acertado o desfecho dos sete jogos da Alemanha. As suas cinzas estão guardadas numa urna de ouro (!).

 

O polvo Paul, famoso por ter acertado todos os resultados da Alemanha em 2010, merece destaque no museu do futebol do país.



A parte inferior do museu é dedicada à história dos clubes e do campeonato alemão. Há setores de exposição de troféus, de camisolas dos vários emblemas do país. Os jogadores que marcaram eras com determinadas cores são igualmente recordados assim como os treinadores mais icónicos.

Infelizmente, o local onde estão religiosamente guardadas as Taças de Campeão da Europa e do Mundo estava encerrada ao público no dia da visita. Já temos um pretexto para um dia voltarmos, não é?