Quando tudo apontava para um jogo com ascendente suíço, o relógio não arrancou a tempo e a Escócia garantiu um empate a um golo, muito importante na luta pela passagem aos oitavos de final do Euro 2024.

Uma entrada mais personalizada da formação do Reino Unido trouxe alguma surpresa ao encontro, com os comandados de Steve Clarke a criarem as primeiras ocasiões. Como é sabido, o forte desta seleção é o contra-ataque, nomeadamente pelo lado esquerdo, onde figuram dois dos principais nomes da equipa, Kieran Tierney e Andrew Robertson.

Foram precisamente eles que construíram o lance do 1-0, que terminou com o pontapé do goleador máximo da equipa na fase de qualificação (McTominay) e um desvio infeliz em Fabian Schär, que acabou por introduzir a bola na própria baliza.

Um lance que acabou por servir de aviso para a seleção helvética, que rapidamente respondeu ao golo sofrido. Com maiores argumentos técnicos, os jogadores suíços começaram a ter mais bola e os lances de perigo apareceram com alguma naturalidade.

Destaque claro para Ruben Vargas, um dos elementos «mais» na equipa de Murat Yakin. Ainda assim, já se sabe que apesar da idade (que não deixa de ser um posto), quem dá espaço a Shaqiri arrisca-se a ser castigado e o pior dos castigos chegou em forma de golaço. Um pontapé de primeira levou a bola direitinha ao canto superior esquerdo da baliza de Gunn, num espaço onde apenas a bola podia entrar.

O empate a um golo acabou por ser, de resto, o resultado que se manteve até ao intervalo e dos balneários a atitude de ambas as equipas foi semelhante à que abriu o encontro. 

Dos primeiros minutos do segundo tempo, um destaque claro (ainda que pela negativa) com uma péssima notícia para Steve Clarke. Numa transição defensiva, Tierney lesionou-se sozinho enquanto corria e acabou por sair de maca.

Dentro de campo, os protagonistas voltaram a pegar na batuta, perante um público emotivo e participativo para com os intervenientes. 

Nas bancadas, os adeptos deram um espetáculo dentro do espetáculo e ajudaram ainda mais ao ambiente que levou o esférico até ao poste da baliza de Sommer. O pontapé de livre batido por Robertson teve um desvio subtil de Hanley, só que a bola acabou por não «beijar» as redes helvéticas.

Até final, a Suíça viu o adversário galvanizar-se e ir atrás de um resultado mais positivo, que acabou por não chegar. O empate a um golo justifica-se pelos lances criados de parte a parte e assim sendo, a Suíça soma agora quatro pontos no Grupo A, menos dois que a Alemanha e mais três que a Escócia, terceira classificada com apenas um ponto.

A última jornada vai ser por isso decisiva para as contas deste grupo, já que as duas seleções ainda podem seguir em frente.

A Figura: Ruben Vargas, um perigo à solta

Não esteve diretamente envolvido no golo que deu o empate à Suíça, mas claramente foi o elemento mais desestabilizador do lado helvético. Praticamente todos os lances de perigo tiveram origem nos pés do camisola 17, que acabou por ser substituído a pouco mais de quinze minutos do fim do encontro.

O Momento: Golaço de Shaqiri

Autor de grandes momentos em competições pela Suíça, o experiente avançado de 32 anos mostrou mais uma vez a qualidade e irreverência que lhe é característica. Com tempo e espaço para fazer tudo, armou o remate de pé esquerdo e de primeira assinou um momento sensacional, com a bola a entrar no canto superior esquerdo da baliza escocesa.