Lameirão sabe como chegar à final da Taça de Portugal. Na época passada, ao serviço do Desportivo de Chaves, pisou o relvado do Estádio do Jamor. Agora, quer revelar a fórmula mágica aos seus companheiros do Estoril, para a recepção ao Sporting.

«No primeiro jogo da Taça de Portugal, frente ao Sp. Covilhã (2-0), expliquei logo aos meus colegas a melhor forma de triunfar na prova. Temos de pensar num jogo de cada vez, primeiro defrontando pequenos, até chegar aos grandes», explica o reforço do Estoril, ao Maisfutebol, antes do embate com os leões.

Na ressaca da final perdida frente ao F.C. Porto, Lameirão trocou o D. Chaves pelo clube da Linha, sem perder a esperança de nova presença no Jamor. «Sonho voltar ao Jamor, ainda sonho, e se for já este ano com o Estoril, tanto melhor. É um momento mágico», atira o defesa.

Aos 29 anos, Lameirão evolui na Liga de Honra e acredita no projecto do Estoril: «A época está a correr bem, a título pessoal, mas também para a equipa. A Traffic tem um projecto interessante e é uma empresa que está a ficar conhecida em todo o Mundo. Tem tudo para dar certo.»

«Brincar, brincar, trabalhar, trabalhar»

A história de Lameirão tem vários capítulos com o nome de Paulo Sérgio. Antes do reencontro, o defesa do Estoril fala do homem com quem partilhou o balneário no Olhanense. O treinador do Sporting foi jogador do clube algarvio até 2003 e passou para o comando técnico na época seguinte.

«Sempre foi um amigo e temos uma boa relação. Ele jogou comigo e depois passou a meu treinador, mas isso nunca afectou a relação. Aliás, o Paulo Sérgio treinador sempre teve uma relação muito próxima com os seus jogadores», garante o defesa.

Paulo Sérgio incentivava o convívio do plantel e acompanhava os jogadores nas longas jantaradas. Contudo, na manhã seguinte, esperava uma resposta extremamente profissional. «Era assim, ia connosco para os jantares, brincava e alinhava sempre, desde que soubéssemos distinguir bem as coisas quando fosse altura de regressar ao trabalho.»

O propalado regulamento interno do Sporting não encaixa neste esboço de perfil do treinador. «Pode ter mudado entretanto, mas o Paulo Sérgio considerava que havia tempo para tudo. Era brincar, brincar, trabalhar, trabalhar. Não sei se os mais novos conseguem distinguir bem as coisas. Eu, que jogava com ele e depois passei a ser comandado por ele, sempre o respeitei», frisa Lameirão.

Um empate na pré-época para moralizar

A 2 de Agosto de 2010, Lameirão voltou a cruzar-se com Paulo Sérgio. Um como reforço do Estoril, outro como novo treinador do Sporting. O resultado desse duelo, na recta final da pré-época, moralizou os «canarinhos».

«Empatámos a dois golos, em Alcochete. Bem sabemos que na Taça não serve, alguém tem de vencer, mas é um incentivo. Não era o onze mais forte, mas é sempre o Sporting. Eles agora estão a passar uma má fase, mas continua a ser um clube grande e tenho a certeza que o Paulo Sérgio vai dar a volta por cima. Só espero que não seja neste jogo», remata Lameirão, na conversa com o Maisfutebol.

F.C. Porto-D. Chaves no Jamor: