* com Bruno José Ferreira

24 de setembro de 2013. Uma lesão horrenda atira Vieirinha para a mesa de operações. O internacional português rompe os ligamentos do joelho esquerdo. O Wolfsburgo anuncia uma paragem «muito longa».

Cinco meses depois, o Maisfutebol encontra Vieirinha na fase final da recuperação. O pior está para trás.

«Daqui a três semanas já espero participar no treino normal da equipa. Estou a fazer corrida diariamente. O próximo nível de reabilitação já me permitirá treinar o contato e a coordenação com a bola», responde, visivelmente feliz. O importante, acrescenta, é não haver precipitações.

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«Estas lesões são complicadas. Nos primeiros meses sofri. Não notava grande evolução. Nos últimos tempos é admirável constatar as melhoras no joelho. Não tenho sentido dores e nunca mais tive líquido acumulado», conta Vieirinha, como se falasse para um familiar próximo.

O avançado do Wolfsburgo diz, de resto, que esta é «a mais grave lesão da carreira». «Parti o pé direito há alguns anos, mas não teve nada a ver com isto. Nem sequer fui operado».

Vieirinha, com sentido de humor, refere que «estas coisas só acontecem nos bons momentos da vida». Tem toda a razão, ora veja-se:

«Titular indiscutível no Wolfsburgo, a equipa bem na classificação, titular também na Seleção Nacional e com grandes possibilidades de ir ao Mundial… Foi difícil gerir todas as emoções, não minto. Foi um revés duríssimo nas minhas ambições. Estamos sujeitos a isto».



Vieirinha calcula estar a competir no início de abril. Terá cerca de um mês e meio nos relvados até à divulgação dos convocados de Portugal para o Brasil2014. As palavras do avançado evitam previsões trôpegas, embora o sonho seja normal e possível de realizar.

«Claro que anseio pela presença no Mundial. Mas o meu objetivo imediato é voltar a jogar», sublinha o antigo jogador do FC Porto. «Quero ajudar o Wolfsburgo e depois, enfim, pode ser que as coisas corram bem. Se calhar mereço ter sorte, depois do que tenho passado».

87 internacionalizações nas seleções jovens tiveram de esperar até maio de 2013 pelo acoplar de presenças na equipa A de Portugal. 36 minutos no 3-3 em Israel tiveram correspondência com mais cinco chamadas consecutivas, quatro delas a titular.

Vieirinha entrou no onze contra Azerbaijão, Rússia, Irlanda do Norte e Brasil. Contra a Croácia entrou ao intervalo.

«Estava bem, sentia a confiança do selecionador. Fiquei muito feliz quando ele me ligou depois da lesão. Sei que aposta em mim. O sonho existe, insisto, mas tenho de recuperar bem primeiro. Depois vemos».

Além dos timings apertados, Vieirinha não esquece a «concorrência forte» para o lugar de extremo. As quatro vagas para o lugar têm um senhor com lugar cativo: Cristiano Ronaldo. Vieirinha vai a tempo de ocupar uma das restantes três?