Valentin Markser, médico assistente do alemão Robert Enke, revelou esta quarta-feira em conferência de imprensa que o guarda-redes sofria de «graves depressões», tendo recusado submeter-se a tratamento nos últimos tempos. Aliás, na terça-feira, dia que se suicidou, o jogador tinha conversado com o médico por telefone, manifestando a vontade em não continuar com os tratamentos.
Na mesma conferência, realizada na sede do Hannover 96, último clube de Enke, a mulher, Teresa, revelou alguns pormenores do estado mental do marido. «Quando tinha depressões era tudo muito difícil, faltava-lhe ânimo, não tinha esperança de se curar e tinha medo que o público soubesse. Tentei dar-lhe perspectivas e esperança, dizia-lhe que nem tudo era mau, que havia coisas belas na vida, mas infelizmente não resultou. Pensámos que conseguiríamos, com amor mas às vezes o amor não basta», lamentou, citada pela «Lusa».
Teresa Enke confirmou ainda que a morte da filha Lara, há três anos, tinha deixado marcas profundas no antigo guarda-redes do Benfica, que manifestava medo de ser internado e de perder a filha adoptiva Leila.
O médico revelou ainda alguns pormenores da carta de despedida, contando que Enke pediu desculpas aos familiares e aos médicos que o assistiram por, deliberadamente, ter escondido a sua desesperada situação e a sua vontade de se suicidar.