Ponto forte: futebol direto
Como seria de esperar de uma equipa dentro do tradicional perfil germânico, o Eintracht Frankfurt sente-se mais confortável com um futebol mais direto. Neste capítulo destaca-se a influência de dois jogadores possantes: Russ no plano defensivo e Meier no plano ofensivo. Na primeira fase de pressão defensiva a equipa de Armin Veh procura fechar todas as linhas de passe, obrigando o adversário a colocar direto na frente.

Ponto fraco: fragilidade defensiva, sobretudo em transição rápida
Quarenta e seis golos sofridos em trinta e três jogos deixam entender as fragilidades defensivas do Eintracht Frankfurt. Uma equipa que, no setor mais recuado, parece não falar a mesma língua. Apresenta muitas dificuldades sobretudo perante contra-ataques, uma vez que a transição rápida defensiva é, por norma, deficitária.

Principal ameaça: Alex Meier
Formado no Hamburgo, não conseguiu afirmar-se na equipa principal deste emblema, e rumou depois ao vizinho St. Pauli, de onde saltou para o Frankfurt. Está no clube desde 2004, assumindo-se como a sua principal figura, a caminho dos 300 jogos e dos 100 golos. Forte fisicamente, funciona como a referência ofensiva da equipa, a jogar como falso «9» ou então como segundo avançado, com um jogador mais móvel à sua frente. Parece «tosco», mas a simplicidade de processos, aliada à eficácia, deve ser tida em conta.



Onze base e principais alternativas:



Trapp: Internacional sub-21 alemão, agora com 23 anos, cumpre a segunda época no clube. Dentro do típico perfil alemão, tem apresentado regularidade exibicional.

Jung: Jovem lateral de qualidade, que já foi chamado à seleção alemã, embora sem jogar. É o «rei das assistências» da equipa (seis), o que atesta a sua vocação ofensiva. É forte no um para um, tanto defensivamente como ofensivamente, mas é nesta última vertente que é mais forte.

Zambrano É internacional peruano mas chegou à Alemanha com apenas 16 anos, para jogar no Schalke. Não tem a estatura que se vê habitualmente nas equipas alemãs, mas luta muito, por vezes recorrendo a alguma agressividade sul-americana.

Anderson Bamba O brasileiro tem sido o habitual parceiro de Zambrano, mas deve falhar ambos os jogos por lesão.

Djakpa na primeira metade da época foi suplente de Oczipka, mas nos últimos tempo, devido aos problemas físicos do «rival», tem jogado de início. Enquadra-se no perfil do lateral africano que sobe bem, com qualidade técnica, mas que depois comete erros de principiante no processo defensivo. Destaque ainda para a autoria de dois dos três golos de livre direto da equipa.

Rode Médio com muito pulmão, capaz de funcionar como um verdadeiro «box do box», sobretudo quando tem alguém ao lado que funcione mais como «trinco». Joga habitualmente sobre o lado direito.

Russ Alterna entre o eixo da defesa e um lugar no duplo pivot defensivo do meio-campo. Na ausência de Anderson Bamba costuma recuar, mas a ausência do capitão Schwegler, por outro lado, justifica a sua presença no «miolo». Jogador muito alto e corpulento, que pouco acrescenta à construção de jogo, mas perigoso em lances de bola parada (quatro golos).

Flum Elemento imprescindível para Armin Veh, pela fiabilidade e pela polivalência. Tanto joga como falso ala, sobretudo à esquerdo, como ocupa uma posição mais interior.

Aigner É o elemento que dá mais largura ao jogo do Frankfurt, pela direita, mas também abrindo espaço para a entrada de Jung. Tem cinco golos e quatro assistências.

Rosenthal Tem jogado com mais regularidade nos últimos tempos, e pode assumir a titularidade frente ao FC Porto, sobretudo se a aposta passar por uma estratégia sem unidade fixa na frente.

Outras opções:
O experiente Madlung, reforço de inverno, é também candidato à titularidade, tendo em conta a lesão de Anderson Bamba, e se Russ for colocado a meio-campo. Oczipka tem partilhado a titularidade com Djakpa, pelo que não seria grande surpresa vê-lo no lado esquerdo da defesa.
Lanig, Weis (outro reforço) e Barnetta (quatro assistências mesmo perante reduzida utilização) são opções para a zona intermédia, assim como Inui, que joga habitualmente a partir do flanco esquerdo, mas procurando zonas interiores. O internacional japonês movimenta-se bem e tem boas ideias, mas depois é pouco eficaz no último terço. Schrock, internacional filipino, é uma alternativa a Jung e Aigner. Rápido e combativo, tanto joga a lateral como a extremo.
Kadlec e Joselu são as duas alternativas de ataque, com sete golos cada. Dois jogadores que podem jogar de início caso o técnico opte por colocar uma unidade à frente de Meier, mas Kadlec pode também partir de um flanco.



Análise detalhada:

Com quatro derrotas e apenas duas vitórias em 2014, o Eintracht Frankfurt mede forças com o FC Porto num momento de pouco fulgor. Um dado que apenas reforça o favoritismo da equipa portuguesa que, embora também não atravesse um momento de especial inspiração, é claramente superior.

O 12º classificado da Bundesliga apresenta duas opções quanto à disposição tática: em 4x4x1x1, com um segundo avançado nas costas do ponta de lança, ou em 4x3x3, com uma falsa referência ofensiva. Alex Meier, a estrela da companhia, desempenha um destes papéis.

Tudo gira em torno do camisola 14. O Eintracht Frankfurt aposta sobretudo no futebol direto, sempre à procura de Meier, que segura muito bem a bola na frente, até pela sua capacidade física. É, depois, também um finalizador perigoso, que aparece bem na área, ou mesmo rematando de fora dela.

Em momento defensivo a equipa alemã tanto se apresenta em 4x4x2 como em 4x3x3, mas sempre com a mesma postura: mais do que pressionar o portador da bola ou encaminhar o lance para uma zona específica, procura obrigar o adversário a fazer jogo direto, pois é nas alturas que equilibra as forças.

Em 4x4x2 defensivo o Frankfurt revela alguma fragilidade na zona central, embora os extremos fechem bem por dentro. Até porque a preferência por um futebol mais direto tende a partir o jogo, criando espaço que uma equipa mais técnica pode explorar.

Na construção ofensiva são visíveis as limitações dos centrais, mas também Russ «esconde-se» muito, pelo que a saída depende muito de Rode, Flum ou Schwegler.

Os movimentos interiores dos extremos são frequentes, promovendo a subida dos laterais e triangulações eficazes, alternando passes interiores e exteriores.