O presidente da federação argentina, Julio Grondona, veio defender Diego Maradona, seleccionador do país. Após a vitória sobre o Uruguai e consequente qualificação para o Mundial-2010, o técnico explodiu contra os críticos. Porém, o dirigente diz que «é preciso entender Maradona».
«Qualquer um pode dizer coisas num determinado momento das quais se arrepende depois», começou por referir o presidente. «O caso de Maradona é muito particular», prossegiu Grondona. «Não acredito que haja muitos jornalistas que digam ¿não vivi de Maradona¿, porque grande parte do jornalismo desportivo viveu de Maradona», argumentou.
«Isso não justifica momentos quentes que dão num momento e dos quais nos arrependemos, acontece a todos, é a vida, até acontece quando se conduz um carro», justificou. «Temos de entender e medir as coisas», acrescentou.
Para Grondona, os últimos 15 dias foram «terríveis e duros» pelas informações publicadas pela imprensa. «Viam-me a mim, a Carlos Bilardo [secretário técnico da selecção] e a Maradona como demitidos», atirou. «Sempre que tivemos a comunicação social contra nós, ganhámos. Quando esteve a favor, viemos para casa no primeiro voo», sublinhou, lembrando a eliminação nos oitavos-de-final do Mundial-2002, com Marcelo Bielsa a seleccionador.
«Obviamente, não estou satisfeito com o nível futebolístico, mas o futebol vê-se de muitas perspectivas: do espectador, do adepto, de quem o dirige e do lado económico também», referiu, para frisar que «às vezes é difícil ter jogadores tão caros», porque «quando há muitas estrelas e não se ganha, nascem logo discussões, com um a querer colocar uma equipa e outros uma diferente».
Julio Grondona explicou que é impossível fazer um programa com tantos jogadores a chegar da Europa para jogar, que a relação entre Bilardo e Maradona «está boa» e que há muito a melhorar na selecção. «Às vezes, as coisas não saem da melhor maneira, mas têm de sair seja como for», concluiu.