Didier Drogba está em maré de revelações. O avançado do Chelsea contou à revista «France Football» que neste Verão chegou a perder a paixão pelo jogo. Também questionou a opção de Scolari de não o colocar em campo ao lado de Anelka e anunciou surpresas sobre o seu futuro em 2009.
«Este Verão, não tinha cabeça para o futebol. Perdi completamente a chama. Não queria ouvir falar de objectivos ou de ambição. Pela primeira vez na minha carreira, perdi a paixão pelo futebol», contou o avançado da Costa do Marfim, associando o seu estado de espírito a um acontecimento pessoal, a morte da sua avó, no final de Junho: «O momento mais duro que atravessei não teve a ver com futebol. A morte da minha avó deitou-me abaixo, mais do que outra coisa qualquer. Éramos muito próximos e senti que todas as minhas memórias de infância morriam com ela. De repente senti-me velho.»
Drogba sentiu que a sua falta de motivação não foi bem compreendida no Chelsea. «O que me abriu os olhos foi a forma como algumas pessoas no clube olhavam para mim. Senti que a confiança não era a mesma», nota, dizendo que no período de defeso se sentiu sozinho, até porque tem vindo «a perder amigos» no clube: «Foi o Geremi, depois o Gallas, depois o Makelele. Passei por uma longa solidão.»
Agora, Drogba está de volta, mas tem de lutar por um lugar no «onze» com Anelka, que está de pontaria afinada. O avançado defende que podiam jogar os dois. «Por agora, tenho de ficar calado. Não é por estar cá há mais de quatro anos que tenho direito a ser titular», começa por observar, para depois deixar a sua opinião: «Sempre disse que ficava contente por o Nicolas vir para o Chelsea, mas não percebo por que razão os treinadores têm medo de nos colocar a jogar juntos.»
Com mais 18 meses de contrato, Drogba ainda lança nesta entrevista muitas dúvidas sobre o seu futuro. «Vou com a maré. Posso ficar, mas tenho a impressão que em 2009 vão passar-se boas coisas para mim», nota: «Sem dúvida, haverá surpresas.»