É um Dínamo renovado, mas ainda algo emperrado por dois meses de paragem, aquele que vai decidir o seu futuro europeu frente ao Benfica, esta quinta-feira. Por enquanto, uma certeza: os homens de Mircea Rednic já fizeram História, seja qual for o desfecho do jogo de Bucareste. Desde 1990, ano em que chegou à meia-final da Taça das Taças, repetindo o feito de 1984 na Taça dos Campeões, nunca o Dínamo tinha conseguido superar a pausa de Inverno e festejar a passagem de ano estando ainda em prova nas competições europeias. Isto faz com que esta campanha seja, desde já, a melhor dos últimos 17 anos.
Mas Mircea Rednic quer mais e, embora seja a inédita e mais do que provável presença na fase de grupos da Liga dos Campeões da próxima época a dominar as ambições dos adeptos, o Dínamo não quer desperdiçar a possibilidade de fazer melhor na Europa do que o rival Steaua, grande dominador do futebol romeno nas últimas duas décadas.
A perda do goleador Ionel Ganea, actual líder dos marcadores no campeonato, para o Rapid Bucareste, durante a pausa de Inverno, foi atenuada com a permanência do médio Munteanu, que chegou a ter tudo acertado para seguir Ganea, e, principalmente, com a chegada de reforços, em especial no sector defensivo. Se os letões Romanovs (guarda-redes) e Smirnovs (central), ainda não pegaram na primeira equipa, mas o mesmo não acontece com o guarda-redes Lobont (ex-Ajax e Fiorentina, e figura em destaque no jogo da primeira mão) e com o lateral/médio esquerdo Balace, vindo do Politechnica Timisoara.
Em relação à equipa que jogou na Luz, as dúvidas acerca da condição física de Cristea, o médio criativo de 23 anos, promovido a internacional no último jogo da selecção, a 7 de Fevereiro, condiciona a estratégia de Rednic para a segunda mão. Com o lateral-esquerdo Pulhac recuperado dos problemas musculares, o quarteto defensivo deve manter-se inalterado em relação ao que jogou em Lisboa, o mesmo sucedendo com a experiente dupla de avançados «trintões», formada por Niculescu (actual líder dos marcadores na Taça UEFA, com 8 golos) e Danciulescu.
No meio-campo, Rednic abrìu a porta à titularidade de Zé Kalanga, espécie de «joker» ofensivo que ainda não se adaptou às exigências tácticas do treinador, apostando no orgulho ferido do angolano depois do enxovalho a que foi sujeito na Luz. Com Margaritescu como referência defensiva e Munteanu capaz de jogar no meio ou sobre a esquerda, Rednic vai esperar pelo teste físico a Cristea, tendo Ropotan e Serban como opções para o caso de não poder contar com o seu maestro.
Equipa provável do Dínamo:
Lobont; Blay, Moti, Radu e Pulhac; Margaritescu; Zé Kalanga, Munteanu e Ropotan (Cristea); Niculescu e Danciulescu.