O antigo futebolista do Marselha Jean-Jacques Eydelie acusou hoje os antigos internacionais franceses Didier Deschamps e Marcel Desailly de terem participado activamente no esquema de corrupção que se registou no clube francês durante a década de 90.
Um dia antes de lançar a sua biografia, Eydelie, que actuou com a camisola do Marselha em 1992/93, referiu-se especificamente a um jogo comprado ao Valenciennes e à dopagem da equipa no dia da final da Liga dos Campeões de 1993, em que os marselheses venceram o AC Milan por 1-0.
Segundo o atleta, que em 1995 foi condenado pela justiça francesa juntamente com o antigo presidente do clube Bernard Tapie e o director-geral Jean-Pierre Bernes, Deschamps e Desailly participaram numa reunião na qual começaram a contactar jogadores do Valenciennes para estes facilitarem a vitória do Marselha. O então capitão Deschamps foi o principal alvo das críticas: «É um oportunista que não tem sentimentos. Ele e o Desailly prepararam meticulosamente o seu êxito, foram sempre calculistas».
No seu livro intitulado «Já não jogo», que sai esta quarta-feira para as bancas, Eydelie relembra a injecção «desconhecida» que todos os atletas marselheses, à excepção do germânico Rudi Voeller, tomaram antes do encontro com o Milan: «Aceitei essa injecção cuja natureza desconhecia (¿) tive uma impressão desagradável na boca, as minhas pernas reagiam de forma estranha (¿) gostava de saber o seu composto».
Eydelie já foi alvo de inúmeras críticas por parte da Federação Francesa de Futebol, da Liga e dos antigos companheiros no Marselha por ter denunciado este esquema, tendo-se defendido em conferência de imprensa: «Estava destruído e precisei de todos estes anos para encontrar paz. Vou publicar este livro para poder olhar os meus filhos olhos nos olhos».