Que tombo enorme o de Mourinho e do Chelsea esta noite, na Bridge! Que tombo enorme! Vertiginoso. Para mim, inexplicável.

O 1-1 de Paris dava vantagem aos ingleses e, depois a maior parte, do que aconteceu no encontro caiu inevitavelmente para o lado dos Blues:

A expulsão injusta de Ibrahimovic, aos 32 minutos;

O remate de Cavani ao poste, numa jogada perfeita dos franceses e em que o uruguaio teve mais azar do que falta de pontaria;

O 1-0 de Cahill em inevitável bola parada, depois de ressaltos e grande confusão na área;

A não expulsão de Diego Costa - e não só num único momento, tal a capacidade do internacional espanhol em fazer deflagrar pequenos incêndios aqui e ali no relvado;

O penálti desastrado (e infantil) cometido por Thiago Silva já no prolongamento;

A frieza de Hazard na conversão;

Um Courtois fantástico, sempre concentrado, e a conter a alma dos franceses com um punhado de grandes intervenções.

Quase tudo a favor.

O que não correu bem ao Chelsea surgiu daquilo que quis gerir. Aquela contenção exagerada, a procurar depois o contra-ataque ou as bolas paradas para resolver. Uma contenção que nunca resultou em controlo absoluto do jogo, e que desabou com erros cometidos atrás. O contra-ataque não funcionou e os golos caem quase do céu: um ressalto que vem de Diego Costa para Cahill, e o penálti de Thiago.

Não correu bem a vontade de David Luiz em vingar-se do português, e a forma desastrosa como os ingleses defenderam também nos pontapés de canto, com a imagem de Terry e Cahill a marcarem-se a si próprios, no segundo golo do PSG, a ficar como caricatura.

Sim, e também houve a lesão de Matic.

Curiosamente, David Luiz tinha há dias avisado que jogar para defender o resultado podia custar caro ao português. Premonitório ou não, foi o que aconteceu.

O PSG, também recheado de classe, preparou-se para lutar até à exaustão, e assentou o seu jogo em Verratti (enorme!), Pastore, Lavezzi e Cavani - já que ficou privado de Ibra -, com os centrais a serem depois fundamentais nas bolas paradas. 

A redenção de Thiago Silva no golo da vitória é coisa de filme, que torna a exibição dos franceses ainda mais memorável e especial. 

Mas, tudo somado, este Chelsea, com este treinador fantástico e este plantel extraordinário, tem de querer jogar mais à bola. 

Desta vez - porque muitas vezes isso não acontece - passou a equipa que quis fazê-lo. A melhor equipa nos dois jogos. Passou bem.

Luís Mateus é subdiretor do Maisfutebol e pode segui-lo no  TWITTER.