Deivid pediu para sair. O avançado brasileiro, a minutos de apanhar o avião para a Turquia, onde vai representar o Fenerbahçe nas próximas três temporadas revelou que pediu para ser negociado caso houvesse proposta. Foi o que aconteceu.
«Já havia uma negociação há algum tempo», contou aos dois repórteres que o esperavam no Aeroporto da Portela, em Lisboa, na madrugada desta terça-feira. «O Fenerbahçe já me tinha procurado e há algum tempo que os clubes estavam a discutir. Já que não vinha jogando constantemente preferia ser negociado. Mas saio feliz de ter trabalhado num clube tão bom como o Sporting. O futebol é mesmo assim, quando não dá não dá, tem de se ir para outro lado. Saio sem qualquer mágoa», garantiu.
Mesmo assim Deivid esperava mais oportunidades. E admite que não se encaixava na forma de trabalhar de Paulo Bento. «Oportunidades sempre queremos. Todos os jogadores querem sempre jogar, mas só onze podem fazê-lo», recordou. «Jogavam aqueles que Paulo Bento tinha mais confiança e aqueles que encaixavam mais na sua filosofia de trabalho. Vi que não me estava a encaixar nessa filosofia e já pedido, se houvesse alguma possibilidade, alguma proposta, para ser negociado.»
Novo treinador, características intactas
Foi o que aconteceu, com a transferência agora a concluir-se. Mas Deivid queria mesmo era sentir mais confiança em Alvalade. «Confiança sempre teve, mas aquela que sempre precisamos não», acusou. «A sequência de jogos...No Brasil sempre joguei, dificilmente saía no decorrer das partidas. Jogava os 90 minutos, e fazia 30, 32 golos numa temporada. Vim para cá com essa mentalidade, cheguei e quase não joguei. Estava a ser muito questionado, porque não jogava, não conseguia render. Um jogador precisa de sequência de jogos e não estava a ter. Foi o que me dificultou mais», comentou.
O avançado brasileiro lembrou que, pelo seu passado, não era ele quem tinha de mudar a forma de jogar. «Fui convocado para a selecção do Brasil a jogar desta forma. Ganhei seis títulos assim», começou por lembrar. «Fui vendido para o Bordéus e para o Sporting a jogar desta forma. Não tem porque mudar as minhas características», defendeu. «Fui artilheiro em vários campeonatos do Brasil assim mesmo, não tem como mudar. Estou sendo vendido para o Fenerbahçe jogando do meu jeito. O treinador que me trouxe gostava da forma como jogava, e veio outro em que o meu estilo de jogo não se encaixou da forma que ele queria. Mas isso é normal, acontece no futebol, e temos de estar preparados», sustentou.