David Villa não é o mesmo jogador que em Maio de 2010 se apresentou em Camp Nou, oriundo do Valencia. É o próprio avançado espanhol, melhor marcador de sempre da selecção, quem assume a evolução, elogiando o contributo de Messi no seu crescimento.

«É um jogador que exige muito a quem está a seu lado porque obriga a estar sempre atento. Às vezes parece impossível que nos consiga ver, mas vê. Devemos estar preparados para o impossível quando jogamos com Leo, não só pelo que faz mas também pelo que faz fazer os outros. Marca muitos golos mas gera muito mais coisas à equipa: abre espaços, tem um último passe sensacional, é generoso¿ Sinceramente, jogar a seu lado tornou-me melhor jogador. Mais tarde poderei dizer: ¿Eu joguei com Leo Messi¿. É um privilégio», argumentou o camisola 7, nesta segunda-feira, em entrevista ao El País.

Com a chegada ao Barcelona, David Villa «perdeu» o lugar para Messi, encostando ao lado esquerdo. Uma mudança que o obrigou a ser mais forte defensivamente.

«Hoje sou um jogador mais completo. Tenho ocasiões para marcar mas assisto mais. No Valencia era a referência na frente, sozinho, e o meu papel era criar espaços e jogadas para golo. Agora é diferente, o meu trabalho mais completo. O mais difícil foi adaptar-me às acções defensivas», explicou.

Neste capítulo, Pedro Rodríguez foi, à distância, uma ajuda preciosa. «Nunca fui um avançado de ficar parado lá na frente, se o tivesse sido não teria conseguido nada na minha carreira. Mas o conceito do trabalho defensivo é que é diferente: saber quando devo pressionar, quando devo defender... E Pedro ajudou-me muito. Em caso de dúvida, via como ele fazia. Quando me sentia um pouco perdido em campo olhava para Pedrito para ver o que ele fazia do outro lado», assumiu.

Mas o principal obreiro acaba por ser Pep Guardiola. «Se não fosse ele, não sei se me teria adaptado. Nos treinos ajudou-me sempre a situar-me. Ele e os adjuntos apoiaram-me muito, é uma equipa com muito trabalho. Os resultados não são apenas consequência do talento dos jogadores. No final, é o treinador que unifica esse talento. O trabalho diário no Barcelona é distinto de tudo o que conhecia», contou David Villa.

Para o fim mais um elogio, desta feita a Xavi. «Em qualquer equipa do mundo seria a pedra base, em qualquer geração, anterior ou futura. É único. É o responsável por grande parte do bom jogo do Barcelona e da selecção.»