Carlos Sousa sobreviveu a uma tentativa de ataque de tuaregues armados por ter em seu poder... um computador portátil e internet móvel. Tudo não passa de ficção, no novo anúncio da TMN [veja em baixo o vídeo], menos de um mês depois do cancelamento do Lisboa-Dakar. Apenas coincidência, garantiu a operadora.
«A campanha foi pensada e a produção foi feita antes de suspeitarmos sequer que o rali ia ser suspenso», esclareceu Filipa Nascimento, directora de marketing e comunicação da TMN, em declarações à Agência Lusa.
No filme publicitário, a viagem do piloto português no deserto é, subitamente, interrompida pelos ameaçadores tuaregues, que, contudo, consegue entreter com imagens de desenhos animados, projectadas no portátil colocado sobre o capot do todo-o-terreno e que lhe permitem prosseguir caminho.
«O lançamento desta campanha foi uma decisão muito ponderada, tendo sido pensados os prós e os contras. As vantagens sobrepuseram-se aos riscos que podíamos correr», explicou a responsável, que garantiu, inclusive, que tanto Carlos Sousa como a João Lagos Sport, sua patrocinadora e organizadora da prova em Portugal, foram ouvidos neste âmbito.
«Sabíamos que havia risco de má interpretação, mas tal não aconteceu», disse, ainda, Filipa Nascimento, que até momento desconhece qualquer reacção negativa ao anúncio, que sofreu uma única alteração, perante o cancelamento do maior rali do mundo, com a introdução no início do filme do texto «qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência».
Recorde-se que no princípio de Janeiro, na véspera do arranque do Lisboa-Dakar, a organizadora da prova, a Amaury Sport Organization, através do seu responsável Etienne Lavigne, anunciou o cancelamento da edição de 2008, o que aconteceu pela primeira vez, devido «a ameaças terroristas directas» contra os participantes.