Nomeado pelo executivo de Michel Platini, o antigo Procurador-Geral da República Cunha Rodrigues irá presidir a Instância de Controlo Financeiro da UEFA a partir de outubro.

Em entrevista à agência Lusa, Cunha Rodrigues revelou esta quarta-feira os contornos do projeto e mostra-se empenhado em «trabalhar com um direito que está para além das leis criadas por instituições oficiais». Um dos objectivos do juiz português será o de fazer cumprir o «fair-play financeiro», uma das bandeiras da gestão de Platini à frente da organização que regula o futebol europeu.

«Fascinou-me particularmente a ideia de, num domínio que ocupou a minha vida ativa, a justiça, poder continuar ao serviço da comunidade» afirma o o juiz do Tribunal de Justiça da União Europeia que vê as suas novas funções como a possibilidade de «disciplinar uma das poucas atividades que interessam transversalmente toda a sociedade e que, em tempos de crise, consegue ainda mobilizar a vontade, o sentimento de pertença e as emoções de todos, intelectuais ou iletrados, pobre ou ricos. A UEFA apostou muito nesta nova estrutura, que separa, com bom fundamento, as competências de investigação e de decisão», concluiu.

A nova estrutura financeira, chefiada por Cunha Rodrigues, irá disciplinar os clubes na gestão das finanças a médio prazo, encaminhando-os para uma progressiva redução das despesas e aumento das receitas anuais. As penalizações para os incumpridores poderão passar, no pior dos cenários, pela exclusão dos mesmos das competições organizadas pela UEFA.