Johan Cruyff volta a carregar sobre José Mourinho. O ex-treinador do Barcelona não poupa nas críticas ao técnico do Real Madrid. Pelo caminho, o holandês também contesta Sandro Rosell, o presidente do Barça, e aproveita para dizer que Mourinho era o favorito do dirigente para o cargo de treinador.

«O pior é que Mourinho era o preferido de Rosell. Uma decisão assim teria mudado muita coisa e não o digo agora, já o disse quando acreditava que o melhor para o Barça era Guardiola», disse Cruyff em entrevista ao jornal Periodico da Catalunha, criticando também o negócio do clube com a fundação Qatar, quando o presidente «tem relações» com o emirado.

Voltando baterias para Mourinho, Cruyff diz que o treinador dá má imagem ao clube «merengue» e contagia os jogadores, enquanto classifica o dedo que Mourinho meteu no olho de um adjunto do Barça como uma manifestação de «impotência».

«Nunca vi nada igual. Há coisas que o Madrid não devia permitir. Há milhões de crianças no mundo que têm um péssimo exemplo e no Madrid não estão a ter atenção a isso. Talvez Mourinho seja muito boa pessoa em privado e muito bom treinador, mas o que mostra ao mundo é outra coisa. Se estás com um treinador assim, que não pára de provocar confusões todos os dias, como é que tu te vais portar?», afirmou, para explicar: «Refiro-me à reacção de alguns jogadores. A atitude de Mourinho também afecta a imagem dos seus jogadores.»

Quanto ao incidente com o adjunto Tito Vilanova no final da Supertaça, Cruyff define-o como um «acto de prepotência e impotência». «Muita gente diz que o faz para desviar a atenção e para que se fale de isto e não de futebol. Não acredito», diz.

O holandês reconhece de resto a qualidade do Real Madrid. O seu problema, diz, é ter pela frente este Barça: «O azar do Madrid é que nesta época joga contra o Barça. Se jogasse em qualquer outro país ou noutra época, para eles seria fantástico e ganhariam muito mais coisas. Durante anos foi ao contrário.»



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