Contratado por José Eduardo Bettencourt para ocupar o cargo de director-geral do Sporting, José Couceiro só desempenhou esse cargo durante quinze dias, aproximadamente. A saída de Paulo Sérgio mudou-o para o banco de suplentes, e a entrada de uma de uma nova direcção trouxe um ponto de interrogação ao seu futuro. Couceiro reserva as decisões para o mês de Maio, quando acabar a Liga, mas faz uma referência ao seu vínculo que pode ter algum significado.

«Nada ficará definido até 15 de Maio. Só aceitei passar a treinador por estar no Sporting e por ser o Sporting. Foi uma situação excepcional. O meu contrato é muito claro. Quem o lê percebe claramente. Isso não me preocupa nesta altura», começou por dizer.

Couceiro entende que não deve abordar o assunto nesta altura, mas reconhece que o cenário actual «é completamente diferente». «Fui contratado para director-geral mas entretanto apareceram vários dados novos, que me fizeram aceitar um cargo que tinha dito que não queria», acrescentou. «Não estou arrependido de ter vindo para o Sporting. Pelo contrário, estou muito satisfeito. Estes meses parecem mais do que uma época, mas já fiz tanto no futebol, já tive tantos problemas que encaro isto com naturalidade. É mais uma fase. O futebol é muito rápido, é momento. Disse ao anterior presidente que estava grato pela confiança demonstrada em mim, mas que estava desiludido com a sua saída. Mas não vamos deixar de ter a mesma relação. Isso é mais importante do que concordar ou não com a decisão dele», disse mais tarde.

«Tenho sido sondado»

O balanço do trabalho realizado no banco leonino «é positivo», considera Couceiro, mas lembrando que a época ainda não acabou. As reflexões ficam para mais tarde, ainda que o técnico defenda que as mesmas não devem basear-se apenas na classificação: «Está a colocar-se aqui um cenário que, se ficarmos em terceiro lugar, é positivo. Se não ficarmos em terceiro já não é. Não vejo as coisas assim. Não basta trocar de treinador. Isso não resolveu o problema, e o Paulo Sérgio também foi vítima do que se passou. É preciso perceber que estrutura deve ser montada para sermos campeões», afirmou.

Como a continuidade em Alvalade não está garantida, Couceiro admite ter sido sondado por outros emblemas, algo que considera normal: «Da forma como o mercado funciona, existem sempre contactos. Sei, pela experiência que tenho, que alguns desses contactos são só para desestabilizar. Nem sempre aquilo que parece, é. Quando estava para vir para o Sporting estive muito próximo de um clube português, e também de clubes estrangeiros. Podia ter voltado à Turquia, inclusive. Tenho sido sondado, mas não tenho nada em mente. São processos normais.»