Os dois golos ao Gil Vicente, neste domingo, - e em especial o segundo, com um vistoso remate em arco de pé direito - voltaram a fazer incidir atenções sobre Felipe Pardo. O extremo colombiano, contratado ao Independiente de Medellín, já tinha justificado um perfil no Maisfutebol Total, em outubro. Depois, atravessou um período de eclipse, que coincidiu com a fase negra da temporada da sua equipa. A derrota dos minhotos com o FC Porto, em dezembro, marcou um ponto de viragem: daí para cá, o Sp. Braga teve apenas uma derrota em onze jogos oficiais. E Pardo, que tinha perdido a titularidade, voltou ao onze, aos golos e às boas exibições.

Presente nas 18 jornadas (titular em onze, suplente utilizado nas restantes ), o número 90 do Sp. Braga tem números muito interessantes, que o tornam num dos melhores reforços de primeiro ano da Liga portuguesa: com seis golos (mais dois na Taça e Taça da Liga), uma assistência e 51 pontos atribuídos pelos jornalistas do Maisfutebol, está a confirmar, depois de um período de relativo apagamento, a impressão positiva que deixou na estreia a vários observadores, entre eles o comentador do Maisfutebol e da TVI 24, Pedro Barbosa.

O antigo internacional português já tinha classificado o colombiano como «nome a seguir» num artigo que publicou logo em agosto. Passados quase seis meses, as expetativas encontram-se confirmadas: «É forte fisicamente, tem boa técnica, é agressivo e objetivo. É uma peça importante no 4x3x3 do Sp. Braga, mesmo com alguma intermitência no rendimento», enumera.

O facto de ter feito a formação como ponta-de-lança e de só depois ter evoluído para extremo, como recordava o homem que o descobriu aos 13 anos, dá a Pardo características particulares, que explicam em parte o facto de ser nesta altura o melhor marcador da equipa, apesar de jogar sempre num dos flancos. «Não é um extremo típico para ir à linha cruzar, é mais de ir para dentro, no apoio ao ponta-de-lança. Embora seja destro também usa bem o pé esquerdo, o que lhe permite partir de qualquer um dos flancos», reforça Barbosa.

Sendo ainda novo – fez 23 anos em agosto - Pardo tem cumprido sem demasiados sobressaltos o período de adaptação ao futebol europeu, mais competitivo e intenso do que o colombiano. Também por isso, não será descabido imaginar que possa vir a subir de rendimento daqui até final da temporada, à medida que a identidade da equipa se consolida e o seu estatuto de vê reforçado: «Para primeiro ano na Europa está a mostrar boa adaptação. E pela idade que tem, há potencial para ser ainda melhor», conclui.

Com a meia-final da Taça da Liga nesta quinta-feira e, logo a seguir, um Estoril-Sp. Braga que pode influenciar muito a luta por um lugar europeu, a confirmação de Pardo é, em conjunto com a chegada de Rusescu e a explosão de Rafa, um dos motivos para que, apesar dos acidentes de percurso, Jesualdo Ferreira mantenha intacta a ambição em três frentes. 

Quanto a Pipe Pardo, um extremo que é mais do que isso, depois de seis meses a ganhar estatuto na Liga que projetou James, Guarín, Montero, Jackson e Falcao, entre outros, começa a ter razões para acreditar em reforçar um currículo internacional que, para já, se esgota em presenças na seleção colombiana de sub-20. Começa a parecer pouco para ele.