actualizado depois do despedimento

A entrevista de Costinha à «SportTV» demonstra, antes de tudo o mais, que não nasceu para o lugar de director desportivo do Sporting. Ou, arrisco, de qualquer outro clube de razoável dimensão.

Percebo que Costinha esteja triste. Tudo o que fez deu errado. O treinador, as contratações, as vendas, as conferências de imprensa, os resultados.

Mesmo o que não dependia de Costinha correu mal. O presidente que o contratou vai embora. Antes de dizer que ia, levou para Alvalade um director-geral, esvaziando o lugar de director desportivo.

Percebo isto tudo.

Também percebo que em Alvalade tenha começado o tempo em que cada um procura salvar a sua pele. Percebo, mas acho que há limites. Ou pelo menos devia haver.

Se não concordava com a chegada de Couceiro, Costinha deveria ter ido embora, de forma digna. Se não concordava com a transferência de Liedson, tinha apenas dois caminhos: aceitar e calar ou não aceitar e sair.

O que Costinha fez é inaceitável e lesa o clube que lhe paga: discordou, mesmo assim ficou. Na primeira oportunidade veio manifestar publicamente a sua opinião, procurando assim empurrar as culpas para outros.

Para Costinha, o tempo no Sporting terminou. Resta saber se depois de uma atitude como esta haverá alguém que lhe confie semelhante cargo.

Actualização depois do despedimento

Costinha conseguiu o queria: ser despedido. Mas falhou no essencial: evitar que a primeira experiência como dirigente desportivo seja considerada um fracasso. O papel de eu nem sabia bem o que se passava não encaixa em alguém que entrou com tudo, há um ano. Costinha, a vítima, é algo que não cola. O ex-jogador tentou, falhou. Não tem problema, o desafio no Sporting é, há alguns anos, duro para qualquer um.