André Villas-Boas não podia passar ao lado da eleição de José Mourinho como o Melhor Treinador do Mundo em 2010, para a FIFA. O treinador do F.C. Porto, que passou grande parte da sua carreira como adjunto do, agora, técnico do Real Madrid, destacou o nível altíssimo da fasquia de Mourinho e afirmou que o «prémio assenta como uma luva».

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«Foi um privilégio ter trabalhado com Mourinho e ter ajudado a conquistar alguns dos títulos. A singularidade do prémio reflecte um pouco o que é a carreira insólita de José Mourinho. Com ele deixa de haver limites. O que é delineado como objectivo é imediatamente alcançado. É uma carreira insólita que não tem comparação nem terá no futuro. Vai tornar-se o melhor de todos os tempos sem qualquer sombra de dúvida. A transcendência do que atinge é fora do normal. Para nós, treinadores portugueses, é um privilégio viver dentro da era José Mourinho», afirmou.

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Villas-Boas tem sido várias vezes comparado a Mourinho pelo percurso similar e pelo trabalho que tem realizado no F.C. Porto. Mas não há ineditismo nesta analogia, uma vez que, esporadicamente, outros vão sendo equiparados ao treinador do Real Madrid, num processo que Villas-Boas considera «injusto».

«Mourinho é português mas está num patamar diferente de todos os outros. Há qualidade nos treinadores portugueses, são homens de estudo. Há uma nova onda de treinadores, com competências porque começam a singrar nos mais variados campeonatos. Deve ser factor de orgulho para nós. Essa colagem não é da nossa parte, estamos a falar de um patamar que é inatingível. Qualquer tentativa de clone vai ficar a meio caminho», antevê.

«Acho difícil conseguir atingir esse patamar»

Apesar de rejeitar a «clonagem», Villas-Boas não esconde que Mourinho deve ser uma referência não só para si como para todos os técnicos. «Cada treinador é um bom ladrão. Todos roubamos ideias deste e daquele e se pudermos roubar do melhor do mundo, obviamente o faremos», assegurou.

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E poderá, algum dia, ser Villas-Boas a subir ao palco de Zurique para receber aquele galardão? «Tenho ambições de carreira e obviamente se me puder permitir a ter esse tipo de sucesso seria fantástico. Acredito que tenho alguma competência, que posso construir uma carreira que me posso orgulhar, mas atingir aquele patamar acho difícil. Só esta ao alcance de pessoas especiais», concluiu.