Como Co Adriaanse não é homem de se esconder atrás de lugares-comuns, como enfrenta todas as questões de frente e diz claramente o que pensa, perguntou-se-lhe o que lhe pareceram as exibições de Diego e César Peixoto. O extremo português apareceu adaptado a lateral-esquerdo e pelos vistos pode ser uma solução para a posição. «Surpreendeu-me», disse. «É um extremo puro, mas tem boas qualidades para ser um lateral. Está sempre alerta, faz bons carrinhos, defende bem, tem boas noções da posição».
Sem se deter, o holandês explicou o que dizia. «Houve uma jogada importante na segunda parte que prova que ele tem boas noções da posição, quando estava a defender e o adversário directo tinha a bola. Ele foi esperto, não tentou roubar-lhe a bola, não atacou logo o homem, esperou que o adversário fizesse alguma coisa para não ser surpreendido. Acho que pode ser uma boa solução defensiva».
Em relação a Diego, os elogios não foram tantos. Há coisas no futebol do internacional brasileiro que não agradam a Adriaanse. «É um típico número dez que está sempre a pedir a bola. Mas para ser um número dez precisa de ter mais conexão com o número nove. Ele andou muito longe do Sokota, tem de o apoiar mais, tem de o ajudar. Também não compreendeu bem certas movimentações. Não compreendeu que para ter a bola tem de procurar os espaços vazios onde possa receber a bola em posição de desequilibrar e não andar sempre atrás da bola, pisando os mesmos terrenos que a bola pisa. Curiosamente falámos com ele ao intervalo e melhorou muito na segunda parte».