O neozelandês Julian Dean, um dos dois ciclistas baleados na 13ª etapa do Tour, não sabia que tinha sido atingido por uma pressão de ar, pensando, na altura, tratar-se de uma pedra, que teria saltado na estrada após a sua passagem.
O corredor da Garmin-Slipstream foi atingido no dedo indicador, Óscar Freire, da Rabobank, na coxa direita, e só depois de trocar umas palavras com o espanhol mais à frente no percurso é que se apercebeu do que, de facto, do que tinha acontecido.
«O incidente não foi tão grave quanto pareceu. No momento, não me apercebi do que tinha acontecido, pensei tratar-se de uma pedra. Só mais tarde, em conversa com Óscar Freire, um pouco mais abaixo na estrada, ele disse-me que tinha levado um tiro na perna», admitiu Julian Dean, à imprensa do seu país.
«Nenhum de nós ficou seriamente magoado e continuámos a pedalar. No entanto, no final da etapa, tiraram um pedaço de metal da perna do Óscar. Pode parecer estranho, mas, para mim, não foi um grande drama. Já sofri acidentes piores com quedas a alta velocidade, mas tivemos sorte em não ser atingidos no rosto, por exemplo», confessou, ainda, o neozelandês, que, contudo, espera que «a investigação em curso seja a última do género».
«É realmente preocupante que alguém chegue tão perto de nós com uma arma. Mas, atendendo à forma como a Volta a França é disputada, com milhares de pessoas nas estradas, é muito difícil garantir a segurança», reconheceu, ainda, Julian Dean.
A polícia francesa está a investigar o incidente e dois adolescentes são procurados neste momento. Dependendo da natureza do acto - crime ou violência voluntária -, os suspeitos enfrentam uma pena de prisão de três anos e multa de 45 mil euros.