O espanhol Roberto Heras, suspenso por dois anos pela federação de ciclismo do seu país devido a doping, anunciou hoje o recurso da decisão e garante que vai continuar a praticar a modalidade, mesmo que afastado da competição.
Em comunicado, o atleta considera-se «injustiçado» e prometeu recorrer para as «instâncias competentes para provar a inocência» enquanto continuará a praticar o ciclismo «com ilusão e consciência tranquila».
A Federação de Ciclismo espanhola suspendeu-o e retirou-lhe a vitória na Vuelta 2005 - o título é atribuído ao russo Denis Menchov, segundo classificado - depois de ter acusado EPO (eritropoietina) no contra-relógio da 20ª e penúltima etapa. Heras perdeu o recorde de quatro triunfos na prova, mantendo-se assim com três a par de Toni Rominger.
«Discordo da suspensão e lamento que na decisão não tenham sido valorizados com a devida profundidade técnica e jurídica nenhuma das nossas alegações», refere em comunicado o ciclista que foi camisola dourada da Vuelta um total de 36 dias «sempre com rigor e honestidade, conforme o provam mais de cinquenta controlos de sangue e urina ao longo destes anos».
Considerando que o castigo de dois anos equivale a uma «suspensão perpétua», o ciclista de 31 anos acrescentou: «A minha defesa foi consistente e mostrava os inúmeros erros cometidos na gestão do procedimento da análise como a nula fiabilidade do método de detecção empregado».