O regresso de Lance Armstrong, sete vezes vencedor da Volta à França (Tour), está a ser marcado por uma suspeita de doping que data dos anos de 1998 e 1999. Amostras recolhidas e testadas nesse período, alegadamente pertencentes ao norte-americano, revelaram EPO, uma substância dopante. A Agência Francesa de Antidopagem (AFLD) propôs-se refazer esses testes, mas Armstrong recusou.
No entender de Armstrong, refazer esses exames não serviria para esclarecer qualquer dúvida. «Nenhuma proposta para a qual eu pudesse dar o meu contributo iria fornecer dados relevantes sobre a prova de 1999», explica o ciclista em comunicado à imprensa. Armstrong sustenta a sua posição afirmando que «as amostras do Tour de França de 1998 e 1999 não foram conservadas adequadamente. Mesmo há três anos, a sua análise não forneceria resultados conclusivos».
Pierre Bordry, presidente do AFLD, lamenta que Armstrong tenha rejeitado esta oportunidade para calar os seus críticos. Em declarações à BBC, Bordry esclarece «que se as análises nada revelassem, teria sido muito bom para Armstrong. Mas ele recusou e isso é problema dele».
As suspeitas de doping apareceram, pela primeira vez, em 2005, nas páginas do jornal francês «L'Equipe». Na altura, Armstrong tinha acabado de conquistar a sua sétima vitória no Tour, após a qual se retirou.