Samuel Etoo.

O Chelsea-Man. United foi muito ele. O avançado foi surpresa no onze inicial, a imprensa inglesa apostava mais em Fernando Torres, mas Etoo encheu o clássico da liga inglesa. Fez três golos, claro que sim, mas sobretudo derrubou por completo a ténue solidez do Manchester United.

Mourinho celebrou a conquista da vitória número cem na liga inglesa em estilo, num clássico sempre delicioso, e ganhou sobretudo mais um motivo para ficar na história: tornou-se o sexto treinador (depois de Alex Ferguson, David Moyes, Wenger, Rafa Benítez e Gerard Houllier) a chegar à centena de vitórias num mesmo clube. Curiosamente o português foi quem precisou de menos jogos para o fazer.

Voltando ao jogo, é preciso dizer quanto antes que o Man. United entrou muito bem no jogo e logo no primeiro minuto ficou perto de marcar: Ashley Young rematou para grande defesa de Petr Cech.

A partir daí a equipa dominou os primeiros dez minutos e pareceu tornar irrelevante as ausências de Van Persie e Rooney, ambos por lesão. Januzaj, sobretudo ele, caía para as alas e criava grandes desequilíbrios que o Man. United aproveitava para encostar o Chelsea à sua grande área.

Depois sim, depois apareceu Etoo.

O camaronês recebeu a bola, deu um nó cego em Phil Jones e rematou em arco: a bola bateu em Carrick e entrou ao ângulo. Um grande golo, aos dezasseis minutos, no primeiro remate com perigo do Chelsea, que mudou por completo o cariz do jogo. A partir daí o clássico ficou agitado.

Confira aqui a ficha de jogo e o relato ao minuto

O Chelsea tomou conta do jogo e dominou territorialmente, o Manchester United respondeu em saídas rápidas que levaram, por exemplo, Evra a rematar às malhas laterais e Welbeck a finalizar à boca da baliza uma boa jogada de Januzaj para excelente defesa de Petr Cech. Óscar respondeu num cruzamento de Etoo que finalizou com remate acrobático ao lado da baliza.

Pelo meio os responsáveis do Man. United pediram penálti por falta de Azpilicueta sobre Welbeck e com razão: houve falta, realmente.

Logo a seguir, surgiu novamente Etoo.

A jogada começa numa recuperação de bola ofensiva de Ramires, que dá para Cahill, o central cruza e o ponta de lança desvia para golo. Estavam jogados 44 minutos e logo a seguir veio o intervalo. Foi um golo no momento perfeito.

Grande parte da vitória do Chelsea, aliás, esteve na capacidade de marcar em momentos cirúrgicos: logo no início do jogo, no final da primeira parte e imediatamente no regresso para o segundo tempo. Outra vez por Etoo: Cahill (outra vez ele, estevem dois golos) cabeceou na sequência de um canto para boa defesa de De Gea e o camaronês empurrou para o terceiro golo.

A partir daí, sim, o Man. United veio abaixo.

A equipa acusou o golo madrugador, que encerrou praticamente o jogo, tornou-se ainda mais nervosa, falhou passes e perdeu por completo a capacidade de dar profundidade ao futebol.

Veja como está a classificação da liga inglesa

O Chelsea teve via aberta para construir uma goleada das antigas, mas preferiu não o fazer. Recuou as linhas, tornou-se menos aventureiro, praticamente só rematou de fora da área. O jogo, esse, perdeu qualidade claro. Só voltou a animar, aliás, nos quinze minutos finais.

Foi nessa altura que Chicharito reduziu, ele que tinha entrado pouco antes, e mostrou aos colegas que ainda era possível sonhar. O Manchester foi para cima da baliza de Cech, José Mourinho lançou Matic e o sérvio foi saudado de pé pelos adeptos londrinos.

Sem ser exuberante, em pouco mais de oito minutos, Matic recuperou três bolas quase seguidas e mostrou que pode ser importante. Teve uma estreia positiva, portanto.

Vidic é que acabou com uma entrada muito dura sobre Hazard e foi expulso. O Manchester United acabou reduzido a dez, num jogo em que ficou a perceber que esta época está muito longe de conseguir discutir com a maturidade competitiva que este Chelsea começa a ganhar.

O título parece cada vez mais uma questão de três: Arsenal, Manchester City e Chelsea.