Recorde-se que a invocação de interesse público neste caso não foi bem aceite por alguns juristas, os quais argumentam que um caso desportivo não é motivo para a declaração de interesse público.
A Federação discorda desta última opinião e apresentou as suas razões na resolução de interesse público que enviou para o tribunal. São seis as razões invocadas por Gilberto Madaíl. O Maisfutebol faz um resumo das mesmas nas linhas que se seguem.
Diz a Federação que o atraso na execução da decisão do Conselho de Justiça lesa o interesse público porque:
Primeira razão
Atrasa a realização dos jogos de uma forma harmoniosa. Nesse sentido, e por consequência, prejudica também os clubes que representam Portugal nas competições internacionais e prejudica também a preparação da Selecção Nacional na fase de apuramento para o Euro 2008.
Segunda razão
Prejudica as equipas que têm jogos agendados com o Gil Vicente e com Belenenses, as quais iriam ficar com uma época sobrecarregada por causa dos jogos em atraso, podendo mesmo sair penalizadas na preparação dos jogos relativos à Liga dos Campeões e à Taça UEFA no caso de clubes «europeus».
Terceira razão
A não normalização dos campeonatos até 14 de Setembro pode levar a FIFA, como esta já anunciou numa carta a Gilberto Madaíl, a suspender os clubes e a Selecção Nacional das competições internacionais, «degradando a imagem de Portugal no plano desportivo a nível mundial», diz o comunicado.
Quarta razão
O afastamento das competições europeias significaria a perda de milhões de euros para os clubes nacionais que nelas participariam. Prejudicaria também o Estado com a perda da receita proveniente dos impostos sobre os prémios que os clubes recebem da UEFA, com a perda da receita proveniente do negócio bolsista das SAD e das receitas em turismo provocadas pela vinda de adeptos estrangeiros.
Quinta razão
Prejudica os compromissos financeiros já contraídos pela Selecção Nacional com a participação no Euro 2008 e envolvem em parte o erário público. Além disso impediria Portugal de defender a boa imagem exterior conseguida com o segundo lugar no Euro 2004 e a quarta posição no Mundial 2006.
Sexta razão
Transmite ao Mundo uma imagem muito negativa do futebol português e uma muito má imagem de desorganização e indisciplina do próprio Estado Português. Neste caso, diz a Federação, a dimensão do prejuízo seria não só público, mas também nacional e até político.
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