O último lugar do Caranguejeira na III Divisáo, Série D, com zero pontos, apenas cinco golos marcados e 51 sofridos, engana. Engana mesmo. Atrás das goleadas, agora até bem menos frequentes desde a entrada do técnico Joaquim Silva, há um plantel de jogadores ávidos de provar que no futebol nem tudo o que parece é.
O Maisfutebol meteu-se à estrada e foi conhecer este clube que tem um são convívio com as derrotas. E tem também um problema de génese.
O Caranguejeira desceu matematicamente na última época aos Distritais, mas foi repescado à última hora devido aos pontos subtraídos ao Peniche, que utilizou um jogador irregularmente. O plantel, pensado para o Regional, teve de ser feito à pressa, numa altura em que os melhores jogadores já estavam indisponíveis. «Muitos dos atletas contratados vêm de equipas que desceram e, por isso, também não têm o hábito de ganhar», conta ao Maisfutebol Joaquim Silva, o técnico que assumiu a equipa em Novembro.
A recuperação anímica do plantel tem sido a grande prioridade do treinador. «Uma equipa que consegue estar 80 minutos sem sofrer golos não pode ser assim tão má», diz Joaquim Silva, que enumera outros factores para justificar a campanha desastrosa: «O plantel estava desequilibrado, há ainda muita inexperiência, e, convém não esquecer, pediram-me foi para preparar a próxima época.»
Ganhar, garante, é um hábito que o acompanha há muito e não o quer perder na Caranguejeira. «Já lhes disse que são o maior desafio da minha vida. É fácil pegar no Benfica e ficar em 2º ou 3º . Ou treinar o F. C. Porto e ganhar. Aqui isto parece um puzzle com peças que não encaixam. E o pior é não ter tempo suficiente. Sei que tenho bons jogadores, não estão é a render.»