Depois de já ter assistido à derrota com o Fluminense ao vivo, Luís Castro foi apresentado esta terça-feira como novo treinador do Botafogo

Em conferência de imprensa, o técnico de 60 anos confessou estar muito feliz como este novo capítulo da carreira e admitiu que teve outros convites, ele que, recorde-se, também foi associado ao Corinthians.

«Estou muito feliz por representar o Botafogo. É verdade que é um desafio difícil, que temos muitas dificuldades estruturais e em questão de treinos, mas senti que havia muita vontade de melhorar e trabalhar. Para mim, o trabalho é muito mais importante do que o talento e aqui há muita gente trabalhadora e talentosa. Isso facilita as coisas», começou por dizer.

«Tive outros convites, mas escolhi o Botafogo, escolhi estar aqui. Vamos falar das razões mais à frente, mas foi uma escolha consciente», acrescentou.

Castro falou sobre o sucesso recente de Jorge Jesus e Abel no futebol brasileiro, e lembrou os ensinamentos de Paulo Autuori e Marinho Peres, com quem se cruzou no Vitória de Guimarães.

«A globalização permite que possamos trabalhar em vários lugares. Fico feliz que Jesus e Abel tenham sucesso aqui. Mas nós apreciamos a forma como as equipas jogam e se manifestam. Gosto tanto quando um treinador brasileiro e um português ganham. Fui treinado pelo Paulo Autuori e o Marinho Peres, que tanto me ensinaram. Não tenho maior ou menor responsabilidade porque outros colegas tiveram sucesso.»

Luís Castro assumiu ainda que o Botafogo tem alguns problemas estruturais e reconheceu que estar no emblema do Rio de Janeiro é especial, por comparação com outros feitos que já alcançou na carreira.

«Não vamos esconder nada. Temos muitas dificuldades. Não temos espaço para treinar, mas não é desculpa. Vamos ter de ganhar assim. (…) Aceitei o clube como ele está e aceitei fazer o desenvolvimento dessa estrutura. Quando terminei o treino de manhã perguntei onde é que vamos treinar amanhã. Não sabemos. Hoje em dia é fundamental ter uma academia de treinos. Não adianta comprar um carro e não ter estrada para andar com o carro», referiu.

«Representa muito estar aqui, de verdade. Se conseguirmos colocar o Botafogo novamente no caminho do sucesso, é uma marca muito forte que ficará. Chegar ao FC Porto e ser campeão na equipa B foi mais um treinador a ser campeão. A mesma coisa no Shakhtar Donetsk e no Al Duhail. Agora, chegar ao Botafogo e conseguir estar na família do Botafogo, que quer construir e colocar o Botafogo no caminho do sucesso, é uma marca diferente. Isso foi decisivo para a minha a decisão», atirou.