Joseph Blatter, presidente da FIFA, voltou a defender, esta segunda-feira, a fórmula 6+5 nas equipas de futebol, isto é o limite de cinco jogadores estrangeiros nos plantéis dos clubes profissionais. As afirmações de Blatter, perante deputados europeus, reforçam o conflito de posições entre a FIFA e as autoridades europeias, que rejeitam essa medida com base no princípio de livre criculação de trabalhadores, consagrado na legislação laboral da UE.
«A FIFA não vai tomar uma decisão que possa ser posta em causa nos tribunais europeus. Não faremos nada de contrário à Lei, mas determinada legislação pode ser interpretada de formas diferentes», sustentou o dirigente num encontro com membros do Parlamento Europeu, em Bruxelas.
Vários parlamentares defenderam que a ideia preconizada por Blatter é totalmente contrária à liberdade de circulação dos trabalhadores: «Cada cidadão europeu deve poder trabalhar livremente onde quiser. É um dos pilares do Tratado Europeu», declarou o belga Ivo Belet, autor de um relatório sobre o futuro do futebol.
Blatter pediu ajuda às autoridades europeias «para a protecção dos menores, a luta contra o tráfico de pessoas e o reforço da identidade dos clubes e do equilíbrio das competições» e sustentou que «No nosso Mundo, nada é definitivo, nem mesmo as leis. Não vou desistir porque estou mandatado pelo Congresso da FIFA para esta iniciativa e tenho o apoio do Comité Olímpico Internacional e numerosas federações de desportos colectivos», acrescentou.
Blatter criticou ainda a transformação da Taça UEFA em Liga Europa, justificando que tal pode abrir caminho a uma competição europeia fechada: «Agora, vamos ter duas ligas europeias. Estão a abrir-se portas para aquilo que um dia serão, suponho, campeonatos fechados e isso seria prejudicial para o futebol. Havia o G14 com o objectivo de fazer um liga europeia e isso ainda está nas cabeças dos grandes clubes», afirmou.