Paulo Bento não tem pressas perante a Islândia. O seleccionador nacional lembra que há «90 minutos para chegar à vitória» esta sexta-feira no Estádio do Dragão e que a equipa está habituada a encarar o jogo pensando que só esse resultado lhe interessa, face ao que já aconteceu nos jogos anteriores da qualificação para o Campeonato da Europa.

«Vamos abordar este jogo como quem necessita ganhar. A exemplo do que aconteceu nos quatro jogos anteriores só nos serve um resultado: a vitória. Queremos criar uma boa dinâmica ofensiva e não permitir ao adversário que use as suas melhores armas. Vamos ter trabalhar para fazer o nosso jogo, temos 90 minutos para ganhar o jogo. Queremos um bom resultado, alicerçado numa boa exibição, mas sem pressas e sem urgências. Estamos habituados, a situação foi semelhante nos jogos anteriores, e não teremos dificuldades para gerir um jogo que temos de ganhar», afirmou.

O técnico sublinhou que a «organização defensiva será a principal arma da Islândia» e que Portugal terá de ter «paciência para desmontá-la» no Dragão. No que diz respeito às ausências de jogadores importantes na equipa das quinas, Paulo Bento desvaloriza: «Mantemos o foco nos que aqui estão e estamos tranquilos pela forma como trabalharam nos quatro treinos que realizámos. Há optimismo e confiança, e estamos conscientes da responsabilidade que temos neste jogo.»

Para já o dono do lado esquerdo, face à ausência de Fábio Coentrão e à indisponibilidade física de Sílvio, ainda é tabu. «Nós temos decidido quem vai jogar, mas não iremos divulgar. Vamos comunicar primeiro aos jogadores, como temos feito até aqui», atirou, antes de abordar a lesão do lateral do At. Madrid: «Quando ficámos com o jogador em estágio sabíamos que apenas estaria disponível para o segundo jogo. Para o primeiro sabíamos que não estava em condições e preparámos outras soluções.»

Quanto a Miguel Veloso, Paulo Bento deixou a sua utilização em aberto: «O Miguel, quer no passado, quer agora, dá-me garantias de poder ser utilizado a médio-centro ou defesa-esquerdo. Sabemos todos qual a posição em que ele pode render mais, onde gosta mais de jogar, onde eu também gosto mais de o ver. Agora, sabemos que as necessidades colectivas devem-se sobrepor em qualquer momento às necessidades individuais.»

Para o meio-campo, Paulo Bento deixou também as opções em aberto, nomeadamente no que diz respeito a Carlos Martins ou Rúben Micael: «Estão completamente à vontade, completamente identificados com a forma de jogar da equipa, amanhã decidiremos qual será a nossa opção para compor o meio-campo.»

O técnico confirmou ainda a disponibilidade de Cristiano Ronaldo, condicionado no início do estágio: «Não treinou no primeiro dia, no segundo fez um trabalho mais individualizado, quarta e quinta-feira participou na totalidade do treino e está em condições de ser utilizado.»

O treinador não teme de resto que o facto de ter uma defesa com várias alterações possa condicionar Portugal. «Não separo as coisas entre a defesa e os outros sectores. Somos uma equipa, temos uma dinâmica colectiva, e o que pretendemos é de uma forma colectiva chegar ao sucesso», diz.

Mas insiste, perto do final, com um aviso sobre a Islândia. «É bom nós pensarmos que é uma equipa que nos jogos fora com Noruega e Dinamarca só perdeu nos últimos minutos. É um jogo para o qual estamos optimistas e confiantes, mas ao mesmo tempo com respeito por um adversário que nos vai criar muitos problemas.»

A concluir, e quando se cumpre um ano sobre a sua chegada à selecção, Paulo Bento recusou identificar o momento mais difícil do seu consulado. «Fomos à procura de contornar as dificuldades, não de escolher o momento mais difícil. Era do domínio público a situação em que se encontrava a selecção em termos de pontuação. A situação agora é melhor, dependemos de nós próprios para nos qualificarmos, mas ainda não é definitiva», ressalva.