Jorge Jesus, treinador do Benfica, em declarações na conferência de imprensa após o empate com o Arsenal em Roma (1-1):

«Este foi o primeiro jogo que o Arsenal não conseguiu ganhar na Liga Europa. Ganhou todos os outros jogos na fase de grupos. E hoje o Benfica esteve a ganhar.

Foi um jogo muito disputado. Sabíamos que íamos defrontar uma grande equipa. Mesmo não estando a fazer um grande campeonato de Inglaterra, foi feita para lutar pelos primeiros lugares. Não está lá, mas tem grandes jogadores. Está numa competição onde tem uma possibilidade de ir à Champions para o ano se a ganhar. O Arsenal e o próprio Benfica.

Está tudo em aberto. Falta um jogo. Jogámos em Itália como se fosse a nossa casa, mas não é a nossa casa. Mesmo que jogássemos em nossa casa, mesmo não tendo adeptos, o cheiro, a luz e o sol de Lisboa é diferente.

Agora vamos jogar na Grécia. Os jogadores do Arsenal sabem que será um jogo dividido e vamos disputar esta eliminatória. Antes deste jogo, já sabíamos que esta eliminatória seria disputada por duas grandes equipas.

Gostei muito do Benfica do ponto de vista da organização defensiva. Não agredimos tanto ofensivamente como poderíamos fazer, mas sabia que isso seria difícil pela estratégia que montámos na primeira parte. Mas na segunda parte estivemos melhor e a entrada do Rafa e do Everton mexeu com o jogo ofensivamente e contribuiu para a melhoria da equipa.»

[Faltou mais atrevimento no ataque?]

«Esse era o nosso objetivo. Termos capacidade ofensiva para agredir mais o adversário. Mas também é preciso perceber que jogámos com uma equipa com recursos muito altos. Do ponto de vista da qualidade dos dois centrais, um deles conhecemos como as nossas mãos e está cada vez melhor: o David Luiz. E o outro [Gabriel] que também é brasileiro. São dois jogadores de grande qualidade. Não nos deram grandes hipóteses para o Darwin e o Luca [Waldschmidt] agredirem a linha defensiva do Arsenal.

Mas, percebendo isso, mudei a forma como a equipa jogou do meio-campo para a frente. As entradas do Rafa, do Everton e depois do Seferovic mudaram o nosso posicionamento e criámos mais problemas defensivos ao Arsenal. Não criámos grandes oportunidades de golo, mas o Arsenal também não. Creio que foi um jogo equilibrado e um resultado justo.»

[Podia ter arriscado mais nos últimos minutos?]

«O que é isto de arriscar mais no futebol? Faço um risco num quadro? O que é isso? Mas se o arriscar mais é meter mais jogadores com características defensivas, se é isso que quer dizer, nós pusemos três avançados mais frescos: O Seferovic, o Rafa e o Everton. Se formos por aí, tinha de meter mais um avançado e jogar com quatro. Mas face à qualidade dos centrais do Arsenal e face à forma como estava o jogo… e mais, depois de tirar o Darwin, ficámos praticamente só com um jogador central: o Seferovic. E acho que foi nessa altura, nos últimos 20 minutos, que foi o nosso melhor período.»