A derrota do Benfica em Braga, que aumentou para onze pontos a distância em relação ao F.C. Porto, foi um balde de água fria na Luz. Os responsáveis consideraram o título praticamente entregue e até Jorge Jesus anunciou que iria concentrar-se nas outras competições em detrimento da Liga.

A própria opinião pública, essa, ficou com poucas dúvidas de que o novo campeão estava encontrado. Ora tudo isso desagrada a André Villas-Boas. «Nós temos que lutar contra esta história do campeonato acabado de uma forma agressiva», disse. «É uma história que não engana ninguém.»

Até porque, garante o treinador do F.C. Porto, já não é nova. «Da boca de pessoas ligadas ao Benfica, o campeonato já tinha acabado em Novembro, depois dos 5-0. Uma falsidade, porque alimentaram sempre a esperança de ser campeões», acrescentou Villas-Boas em conferência de imprensa.

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«Pelo que sei e conheço, o treinador do Benfica não abdica do sonho de poder ganhar mais coisas e qualquer encurtamento de distâncias fará renascer a esperança do Benfica em revalidar o título. Não há qualquer tipo de poupanças da nossa parte, não há qualquer oratória de campeonato terminado.»

Villas-Boas teve o discurso que nesta altura mais lhe convém: o discurso que permite manter a ambição no topo. «Não pode vender-se falsos objectivos e não pode não se sonhar quando ainda faltam oito jornadas para terminar. Não é o único campeonato da Europa que está nestas condições», insistiu.

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«Qualquer equipa que ainda tem um jogo tão importante como um clássico em sua casa, que pode encurtar as distâncias, pode permitir-se a sonhar. Eu permitir-me-ia sonhar. Nós acreditamos que este campeonato está vivo, queremos nós matá-lo e precisamos de mais três vitórias para isso.»

No fundo o técnico portista admitiu que o que menos o serve agora é uma porta aberta ao facilitismo. «O discurso do Porto campeão não serve de nada para nós», frisou. «Estamos focados neste objectivo interno de conseguir as cinco vitórias, passaram duas e queremos as outras três.»