A imprensa foi unânime em destacar a transformação do Benfica de Pal Csernai, para melhor, na final da Taça de Portugal de 1985, depois de uma época a todos os títulos frustrante. «O Benfica despertou ao nono mês», destacava o jornal A Bola. «Último fôlego encarnado levou conjunto ao rubro», lia-se no Record. «Como um truque de magia», referiu o Jogo.
Alfredo Farinha, em A Bola, considerou tão «impressionante a serenidade do Benfica» como «o impressionante colapso do F.C. Porto». «Levámos uma época inteira a ver e a ouvir dizer que o F.C. Porto meteu o Benfica no bolso. Desta vez aconteceu o contrário», escreveu ainda o jornalista de A Bola. O jornal O Jogo escreveu que «os encarnados apresentaram um futebol muito diferente, para melhor, daquele que tinham apresentado ao longo de toda a temporada». O Record destacou uma vitória «categórica» e «indiscutível» liderada por «três mosqueteiros»: Shéu, Nunes e Carlos Manuel.
«O Jogo» reservou ainda uma caixa para explicar que «o Benfica» rematou que se fartou», somando dezasseis remates contra apenas nove do F.C. Porto. Neste capítulo, o jornal destaca um «Carlos Manuel de luxo» e um «Manniche em grande».
Quanto ao F.C. Porto, as principais referências foram para a saída prematura de Gomes, que não estava totalmente recuperado de uma lesão. «Sem Bota de Ouro não há golos», destacou o Jogo. Eurico foi dos poucos jogadores da equipa das Antas que mereceu elogios da imprensa. «O único patrão de dragões desgovernados», escreveu o Record. «Jogou por três na defesa do F.C. Porto», referiu o Record.
Uma simples declaração de Carlos Manuel, que era destaque quotidiano na imprensa da altura, na sequência das difíceis negociações para a renovação do seu contrato, também mereceu destaque nos três desportivos: «Jogámos à Benfica».