Depois de cinco derrotas consecutivas diante do F.C. Porto, o Benfica de Pal Csernai venceu a equipa das Antas por 3-1 na final da Taça a 10 de Junho de 1985. Toda a imprensa foi unânime em considerar a exibição do Benfica muito superior ao que se tinha visto ao longo da época.
No final da partida, Bento, guarda-redes dos encarnados, avançava com uma explicação polémica para a transfiguração da equipa. «Não foi Csernai quem fez a linha para a final, por isso é que ganhámos. Carlos Manuel e Pietra é que lhe abriram os olhos. Como é que ele pôde andar um ano inteiro sem utilizar Shéu, que, por vezes, nem lugar teve nos 16? E como é que andou 14 jogos sem utilizar o Bastos Lopes?», referiu na altura ao jornal «A Bola».
Quase vinte anos volvidos, Bento tem ainda bem marcada a difícil relação com Csernai. «Eu nunca estive metido nisso, até porque era o capitão da equipa e não podia estar a dizer quem é que jogava e quem não jogava. Mas a verdade é que Csernai reunia-se com dois ou três jogadores para fazer as equipas e quando embirrava com algum não o punha a jogar. Nessa tarde jogaram os melhores e o que eu disse foi ¿até que enfim, ganhámos um jogo¿», recordou. A verdade é que Pal Csernai saiu no final da época sem deixar muitas saudades na Luz.
Quanto ao jogo, Bento destaca um jogo de grande qualidade. «Foi um bom espectáculo de futebol com dois grandes planteis. Qualquer uma das equipas podia ganhar, mas o Benfica foi mais feliz na forma como conseguiu os três golos. O F.C. Porto ainda tentou uma reacção, conseguiu um golo, mas nós tínhamos uma equipa muito forte, muito solidária», contou.