O Benfica jogou muito bem em Atenas.

O FC Porto jogou muito bem alguns minutos, bem a maior parte do tempo e sem controlo na parte final do jogo na Rússia.

Tudo somado, os resultados foram maus e ambas as equipas fecham a quarta jornada na terceira posição do respetivo grupo e em sérias dificuldades.

Por esta altura, o Benfica é número 6 no Ranking UEFA. O FC Porto está em nono. O Zenit é 21º, o Olympiakos está em 28º. Era legítimo esperar um bom bocado melhor.

Em Atenas, a diferença esteve no guarda-redes espanhol Roberto, sim, mas sobretudo no lance do golo do Olympiakos. Uma equipa como o Benfica não pode sofrer golos daquela forma. Sobretudo quando não é a primeira vez.

É justo salientar a boa exibição do Benfica, mas é do século passado valorizá-la mais do que o resultado. Isso não existe. E sobretudo não existe na Liga dos Campeões, uma competição de alto nível, curta, onde cada erro adquire uma dimensão brutal. Estudar, manter a concentração em todos os lances são as condições mínimas para participar com sucesso.

Depois, o Benfica jogou apenas com três jogadores que na época passada não estavam na Luz: Rúben Amorim (enfim, este é da casa...), Sílvio e Markovic. Afirmar que o Benfica perdeu um jogo mas ganhou uma equipa é muita vontade de agradar ou simplesmente olhar para o futebol com óculos de outros tempos.

Na Rússia, o FC Porto entrou bem, organizado, junto e fez um golo. Depois voltou a impressionar pela capacidade de errar. Tal como no Restelo, a defesa voltou a sofrer um golo infantil que pode ter custado o apuramento. Depois sobreviveu graças à falta de acerto de Hulk e ao favor da arbitragem.

É extraordinário como o FC Porto perdeu, em poucos meses, aquela que talvez fosse a sua principal qualidade: controlar a bola, o adversário, o jogo. Na Liga dos Campeões, isto é mais importante do que em qualquer outra competição.

Tudo somado, mais detalhe, menos detalhe, Benfica e FC Porto têm sido antes de mais incompetentes.