A Liga Europa vai na quinta edição desde que foi rebatizada e sucedeu à Taça UEFA, e tem muita da sua história escrita em português. Responsabilidades acrescidas para Benfica e FC Porto, relegados na segunda metade da época para a segunda prova da UEFA depois de falharem na Liga dos Campeões, e que conheceram esta segunda-feira os adversários: os gregos do PAOK para os encarnados, os alemães do Eintracht Frankfurt para os dragões.

Desde 2009/10, sempre que participaram na Liga Europa, entrando na fase de grupos ou vindos da Liga dos Campeões, só por uma vez os dois clubes portugueses não passaram os 16 avos de final. Aconteceu ao FC Porto em 2011/12, quando caiu nessa fase frente ao Manchester City.

De resto, os dragões já ganharam uma edição da prova, em 2010/11, e o Benfica já foi a uma final, na época passada, frente ao Chelsea, além da meia-final em 2010/11 e dos quartos de final na época anterior, na primeira edição. Se a estes dados juntarmos mais uma final para Sp. Braga e uma meia-final para o Sporting, facilmente percebemos como as expectativas são altas para os representantes portugueses na prova.  Quando entrarem em campo a 20 e 27 de fevereiro, Benfica e FC Porto têm portanto atrás de si essa herança.

Benfica, regresso a Salónica e equilíbrio grego

Para o Benfica, o PAOK representa um regresso. À Grécia, onde jogou ainda agora para a fase de grupos, frente ao Olympiakos, e a casa da equipa de Salónica, que defrontou em 1999/00. Jogava-se para a segunda eliminatória da então Taça UEFA. Primeira mão em Salónica, vitória do Benfica por 2-1. Na segunda mão, na Luz, igual resultado e o Benfica a levar a melhor nas grandes penalidades.

O Benfica, treinado por Jupp Heynckes, jogou essa segunda mão com Robert Enke; Andrade (Tahar, 85m), Paulo Madeira, Ronaldo, Rojas; Poborsky (Chano, 73m), Calado, Kandaurov, Bruno Basto (Maniche, 61m); João Pinto e Nuno Gomes. O jogo que se seguiu é uma das memórias mais traumáticas dos encarnados: a derrota por 0-7 em casa do Celta Vigo. E do PAOK o Benfica acabou por trazer um reforço, o egípcio Sabry.

Veja o plantel do PAOK

Esse foi o único encontro do Benfica com o PAOK, mas há ao todo 13 jogos com adversários gregos no historial europeu dos encarnados. O saldo é de equilíbrio total de resultados: seis vitórias, um empate e seis derrotas. Em confrontos a eliminar, os encarnados apuraram-se por quatro vezes e ficaram pelo caminho em três. O confronto mais recente é então desta temporada, com o Olympiakos, que passou aos oitavos de final da Liga dos Campeões à frente dos «encarnados». Empate a um golo na Luz, depois vitória grega por 1-0 em Atenas.

Nesta altura segundo classificado no campeonato grego a oito pontos do líder Olympiakos, o PAOK começou a temporada europeia a tentar chegar à Liga dos Campeões. A equipa onde está o ex-benfiquista Miguel Vítor (e também Katsouranis) chegou a ser repescada para o play-off, foi eliminado pelo Schalke e fez uma campanha sem derrotas na Liga Europa, onde terminou em segundo lugar no grupo do AZ, com 12 pontos.

FC Porto, uma estreia e boas recordações alemãs

Quanto ao FC Porto, que não era cabeça de série, evitou alguns dos rivais mais temíveis. E enfrenta uma estreia. Este será o primeiro confronto oficial do seu historial com o Eintracht Frankfurt. Houve apenas um encontro entre as duas equipas, num particular, em 1990, ganho pelos dragões nos penáltis.

O Eintracht Frankfurt chegou ao sorteio como cabeça de série, depois de ter liderado um grupo em que apenas perdeu dois pontos, curiosamente para o Maccabi Telavive de Paulo Sousa.

Tem um passado mais rico do que o presente, onde consta a conquista da Taça UEFA em 1980, e a presença na final da Taça dos Campeões 20 anos antes, ganha pelo Real Madrid. Data do ano anterior, 1959, o único título da Bundesliga do seu historial. Na Bundesliga, esta temporada, é apenas 15º, com 14 pontos somados em 16 jornadas. Apesar de vir de um brilharete, a vitória em casa do Bayer Leverkusen no sábado passado.

O plantel do Eintracht Frankfurt

Se não há termo de comparação com o Eintracht , a história dos dragões com equipas alemãs permite alimentar boas expectativas. São ao todo 14 confrontos, um total de 27 jogos. À cabeça, claro, a conquista da Taça dos Campeões Europeus de 1987, frente ao Bayern Munique.

O saldo é de 12 vitórias, cinco empates e dez derrotas para o FC Porto, que também já venceu várias vezes na Alemanha: Berlim, Hamburgo, Bremen. Além, claro, de ter ganho em Gelsenkirchen a segunda Liga dos Campeões da sua história, frente ao Mónaco. O último confronto com alemães foi de resto precisamente frente ao Schalke, então ainda de Neuer, quando em março de 2007 os alemães levaram a melhor nos penalties para os oitavos da Champions, no Dragão.

Voltando à ideia da exigência para os dois representantes portugueses que restam, as perspectivas são de ela crescer, e bem, se ambos passarem à próxima fase. É que o sorteio definiu já os confrontos dos oitavos de final. Ao FC Porto calharia o vencedor do confronto entre o Swansea e o Nápoles, ao Benfica quem levar a melhor entre Dnipro e Tottenham.

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