O Belenenses não foi feliz no regresso à Liga. A equipa do Restelo foi derrotada em casa por um Rio Ave mais experiente, mas também com mais qualidade.

A formação orientada por Mitchell van der Gaag acusou alguma ansiedade, que resultou em erros iniciais que complicaram a tarefa. Mais experiente, mais serena, a equipa de Vila do Conde foi construindo uma vitória folgada.

O Rio Ave parece continuar a ser uma equipa muito perigosa fora de casa, tal como na época passada, e o Belenenses deixou a ideia de que pode precisar de mais um ou dois reforços com «andamento» para o principal escalão, que possam guiar um plantel que tem qualidade, ou não tivesse subido da forma que o fez.

A ilusão inicial

Tal foi a vontade com que o Belenenses entrou em campo, que logo ao segundo minuto esteve perto do golo. Valeu ao Rio Ave o corte de Edimar, quase em cima da linha, depois de Rodríguez ter desviado um canto de Tiago Silva para o lado errado.

O lance alimentou o arrojo azul, mas isso acabou por trazer dissabores à equipa da casa, que pouco depois se desorganizou defensivamente. Aproveitou o Rio Ave para, em contra-ataque, chegar ao golo. Tarantini conduziu o lance e lançou depois Braga na esquerda, que concluiu a jogada (4m).

Aos 18 minutos novo exemplo da precipitação do Belenenses, com Tiago Silva a cobrar um canto para a entrada da área e Fernando Ferreira a ser desarmado, permitindo que o Rio Ave saísse novamente em contra-ataque. Filipe Ferreira resolveu o problema, quando Braga tentava isolar-se.

Em vantagem no marcador o Rio Ave deu a iniciativa ao Belenenses e fechou-se bem, com a equipa da casa a sentir dificuldades para criar situações de perigo. A melhor do primeiro tempo surgiu aos 25 minutos, com Fernando Ferreira a picar a bola para a área e Fredy a surgir solto nas costas da defesa, mas a falhar o desvio, permitindo a defesa de Salin.

Mas o Rio Ave apresentava-se mais pragmático, e aos 37 minutos ficou muito perto do segundo golo, com Ukra a acertar na trave com um remate de fora da área.

Bola parada a sentenciar o jogo

Van der Gaag trocou o apagado Danielsson por Arsénio, ao intervalo, mas a tarefa do Belenenses complicou-se ainda mais aos 56 minutos, com o segundo golo do Rio Ave. Um tento fabricado por três defesas: Edimar cobrou o canto na esquerda, Marcelo desviou de cabeça na direção do primeiro poste e Alberto Rodríguez apareceu solto ao segundo, a concluir com o pé direito.

O golo pesou muito na equipa do Belenenses, ainda que a entrada de Miguel Rosa tenha dado algum ânimo aos adeptos da casa, que muito o apreciam. O jogador recrutado ao Benfica não vira a cara à luta nem pede licença para rematar, como se sabe, mas não conseguiu inverter o rumo do encontro.

Sem conseguir criar situações de perigo, e recorrendo muito ao jogo direto, o Belenenses viu ainda o Rio Ave marcar mais um golo, o terceiro, a um minuto do fim. Del Valle, lançado no jogo pouco antes, bateu Matt Jones.