O Belenenses queria que a tarde deste sábado no Restelo fosse de festa, mas o mau espectáculo proporcionado aos adeptos presentes serviu, apenas, para levantar (mais) dúvidas quanto ao futuro da equipa nas competições oficiais, que, por sinal, se avizinham.
A derrota por 0-2 frente ao Espanhol tão cedo não sairá da cabeça dos jogadores e será positivo se assim acontecer, pois é preciso não esquecer o que de mau foi feito para não repetir no primeiro compromisso na Taça da Liga frente ao Sp. Covilhã ou na jornada inaugural do campeonato ante o F.C. Porto.
Tanto Casemiro Mior como Bartolomé López apostaram em onzes muito próximos da realidade, ainda que o convidado tenha relegado para o banco mais titulares que o anfitrião.
Foram do Belenenses os primeiros minutos, até pela forma aguerrida com que entrou em cena, podendo mesmo ter inaugurado o marcador antes do cronómetro completar 60 segundos. Marcelo não conseguiu, contudo, bater o guarda-redes Kameni praticamente isolado na sua frente. A precipitação condenou-lhe o desfecho, o que viria a acontecer mais que uma vez.
O Espanhol, até então mais na expectativa, resolveu pegar no jogo e foi a partir daqui que as fragilidades do Belenenses foram surgindo uma atrás da outra, com Luis Garcia a desvendar as falhas. O avançado desejado pelo Benfica esteve, aliás, muito perto de marcar no primeiro tempo, as suas incursões, nomeadamente pela esquerda, deixaram sempre a defesa em trabalhos e só através de falta - que o diga Carciano - foi possível travar o espanhol.
O intervalo chegou, contudo, com o marcador a registar a falta de eficácia de qualquer uma das partes.
No segundo tempo, João Paulo Oliveira substituiu o apagado Roncatto, ao passo que do outro lado entrou quase uma nova equipa, com mais nomes sonantes em campo, casos de De la Peña ou Tamudo.
E as mudanças resultaram em golo aos 52 minutos, com a defesa a ficar mal na fotografia: Tamudo, com um remate em arco, tentou a sorte, Júlio César afastou para a esquerda e Rufete só teve pegar nas sobras e atirá-las para dentro da baliza, sem ter sequer de olhar por cima do ombro!
Pouco depois, Lucílio Baptista, também ele ainda com bastante por fazer antes dos encontros decisivos, anulou um golo a Jonathan por alegado fora-de-jogo.
A melhor oportunidade para o Belenenses surgiu dos pés de José Pedro aos 70 minutos, um grande remate defendido de igual forma por Alvarez. Seguiu-se novo lance polémico, com o adversário a reclamar grande penalidade de Carciano (75). O árbitro concordou, mas Tamudo falhou, ou melhor, Júlio César defendeu. Não falhou o internacional espanhol na segunda tentativa, ao aproveitar o adiantamento do brasileiro para assinar o 2-0, resultado que selaria o encontro de apresentação.
O apito final soou como um alívio para o Belenenses, que já não tinha mais pulmão para correr atrás da bola. O futebol atabalhoado entre os diferentes sectores obrigou a esforço desnecessário e questionável. É que há mais de um mês que o grupo trabalha em conjunto.
Ficha de jogo
Estádio do Restelo, em Belém
Árbitro: Lucílio Baptista (AF Setúbal)
BELENENSES 0
Júlio César; Cândido Costa (Baiano, 77), Carciano (Vanderlei, 88), Rodrigo Arroz (Matheus, 88) e China; Gómez (Alicio, 90); Mano (Vinicius, 77), Silas e José Pedro (Maykon, 88); Roncatto (João Paulo Oliveira, 46) e Marcelo (Júnior Negão, 77).
ESPANHOL 2
Kameni (Alvarez, 46); Sanchez (Chica, 65), Jarque (Lacruz, 46), Torrejon e Beranger (Callejon, 46); Roman (Rufete, 46), Sielva (De La Peña, 46) e Angel (Moisés, 46); Valdo (Julian, 46), Callejon (Jonathan, 46) e Luis Garcia (Tamudo, 46).
Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Disciplina: cartão amarelo a Kameni (1), Chica (77) e Júlio César (81)