A Liga já tem as contas certas. Belenenses e Nacional jogaram o que faltava da sexta jornada, com a vitória a sorrir à equipa madeirense (0-1). Com este resultado a equipa de Manuel Machado volta ao lugar habitual, que é como quem diz a zona europeia.
O Belenenses continua em antepenúltimo, mas merecia outra sorte. A equipa de João Carlos Pereira tudo fez, sobretudo no segundo tempo, para no mínimo empatar. Um lance de contra-ataque, concluído por Anselmo (28m), fez a diferença.
«Desdobramento» táctico e a arte do contra-ataque
Com as duas equipas a acusar algumas ausências no ataque, os guarda-redes demoraram algum tempo até sujar o equipamento. Na zona intermediária trabalhou-se bem, de ambos os lados, mas no primeiro tempo as defesas foram (quase) sempre superiores aos ataques.
O primeiro lance de verdadeiro perigo até surgiu de bola parada, com Zé Pedro a atirar ligeiramente por cima da barra, na cobrança de um livre directo (19m). Respondeu o Nacional, por intermédio de¿Diakité. O central do Belenenses quase marcava na própria baliza, ao tentar interceptar um cruzamento venenoso de Nuno Pinto (20m).
Oito minutos depois o Nacional adiantou-se no marcador. A equipa madeirense voltou a mostrar que é perita na arte do contra-ataque. Rúben Micael surgiu pela esquerda e assistiu Leandro Salino, na área, que atirou ao poste. Anselmo, na recarga, empurrou para o fundo da baliza deserta. A equipa de Manuel Machada tirava máximo proveito do seu «desdobramento» táctico: a defender apostava no 4x4x2 (ou 4x1x3x2), mas quando recuperava a bola mudava rapidamente para 3x5x2. Patacas e Nuno Pinto subiam pelos corredores, ficando Abdou a fazer a compensação defensiva, junto de Clebão e Felipe Lopes.
Tentar tudo para esbarrar em Bracalli
No início do segundo tempo o Belenenses apareceu mais perigo, ainda que as ocasiões tenha, surgido sobretudo de bola parada. Já com André Almeida no lugar de Adu, a equipa do Restelo esteve perto do golo aos 52 minutos, com Diakité a desviar um livre de Zé Pedro mas a falhar o alvo (por pouco). Pouco depois foi Celestino, de livre, a assustar Bracalli em duas ocasiões (54 e 57): primeiro o guarda-redes do Nacional foi obrigado a desviar a bola por cima da barra; depois viu o esférico passar bem perto do poste.
O Belenenses começava a justificar o empate, sobretudo depois de Barge ter beneficiado de mais duas belas ocasiões para marcar. O pequeno médio atirou muito perto do poste aos 61 minutos, e três minutos depois aproveitou um ressalto na área e obrigou Bracalli a uma grande defesa, com os pés.
O Nacional apostava cada vez mais no contra-ataque, e por isso Manuel Machado trocou Edgar por Amuneke. Aos 70 minutos o nigeriano teve soberana ocasião para sentenciar o jogo, ao aparecer solto na área, mas Nélson fez a «mancha» e evitou o golo.
Até ao apito final o Belenenses procurou sempre ser feliz, mas quando acertava na baliza deparava-se com a inspiração de Bracalli.