Dady deu hoje uma conferência no Sindicato de Jogadores onde apresentou os motivos que o levaram a abandonar os treinos do Belenenses. O atacante começou por dizer que fez esta declaração «para dar uma satisfação aos adeptos» do Restelo e entrou depois no assunto de forma mais pormenorizada: «Tenho uma proposta muito boa de um clube espanhol e penso que é também interessante para o Belenenses, visto que não pagou qualquer montante por mim e recebe 3,5 milhões, mais dez por cento do valor da transferência.»
Certo é que o avançado vai sair. Esta semana será depositado na Liga o montante que o liberta, uma quantia estipulada pelos responsáveis do Belenenses no contrato feito com o jogador. Existe um ponto no documento que prevê uma «cláusula penal de 3,5 milhões», a ser paga por Dady, «se no período de vigência do contrato assinar com terceiro clube ou Sociedade Desportiva».» Assim, o jogador diz não entender por que os azuis exigem cinco milhões para deixá-lo partir.
Jogador diz que queria sair a bem
«Não queria sair a mal», desabafou Dady, explicando que não falou antes porque os responsáveis «já sabiam da proposta desde quarta-feira e até aí só falaram em propostas que não eram concretas». O avançado aponta que na sexta-feira recebeu garantias de que a equipa espanhola interessada (escusou-se a confirmar se é o Osasuna) pagaria a cláusula penal.
No sábado Dady não compareceu para treinar e diz ter mandado «uma mensagem ao capitão para esclarecer o que se passava», acrescentando que os colegas «foram os primeiros a estar do seu lado. O jogador falou também com Jorge Jesus, que diz ter sido «apanhado de surpresa». Sem esquecer o papel do treinador na sua projecção, Dady agradeceu tudo o que fez por si e diz compreender que Jesus fique desapontado. No entanto, acredita que o técnico acabará por entender que se trata de «uma boa oportunidade».
Belenenses terá recusado a quantia estipulada no contrato
O jogador acusa o Belenenses de travar a sua saída ao pedir «cinco milhões», durante uma reunião realizada ao início da tarde deste domingo, numa unidade hoteleira. Aí estiveram presentes o jogador, o presidente do Sindicato, Joaquim Evangelista, e o presidente do Belenenses, Cabral Ferreira. O dirigente terá rejeitado os 3,5 milhões, que o clube espanhol está disposto a pagar, aumentando a parada para mais um milhão e meio. Uma posição que levou o jogador a optar por accionar a cláusula penal prevista no seu contrato.
Joaquim Evangelista refuta as acusações feitas pelos azuis do Restelo. O presidente do Sindicato garante não ter intervido no processo como empresário, mas sim como responsável do organismo, uma vez que foi contactado pelo jogador para que lhe fossem esclarecidas dúvidas em relação ao vínculo contratual.