Figura: Abdi

Duas apostas ganhas, os jogadores que Sérgio Conceição fez entrar logo no início da segunda parte para tentar fazer alguma coisa à inoperância da Académica na primeira parte. Cleyton foi muito mais móvel e capaz de desequilibrar que Ogu, que não se adaptou à posição. Na ala, Abdi ainda fez mais a diferença. O extremo somali que Conceição já tinha treinado no Olhanense e trouxe para a Académica complicou muito a vida ao setor direito do Belenenses, esteve nos dois golos da Briosa. Retribuiu, e bem, a confiança que o treinador tem nele. 

Momento

62 minutos. Jogada na esquerda de Djavan e Abdi, Fernando Alexandre aparece ao centro e manda uma bomba para dentro da baliza de Ricardo. 2-1, a Académica consumava a reviravolta no Restelo. Aconteceu muito depois disso, mas aquele remate de fúria do experiente médio simbolizou em definitivo a mudança de sentido do jogo.

Negativo: o relvado

O relvado do Belenenses está mau, tão mau que condiciona de facto a forma como se joga. Enormes peladas nas alas, areia que se farta, uma combinação que perturba a circulação da bola, a marcação de livres e, claro, a velocidade e qualidade de jogo. A equipa anda a treinar noutros locais para poupar o tapete do Restelo, mas não chega para resolver.

Outros destaques

Djavan

Na primeira parte de apatia da Académia o lateral-esquerdo tinha sido dos poucos a deixar sinais positivos. E na segunda, depois das alterações introduzidas por Sérgio Conceição, começaram nos seus pés as jogadas dos dois golos da Académica. Rápido a subir, móvel e com boa visão de jogo, o lateral cedido pelo Corinthians Alagoano acabou expulso por acumulação de amarelos, mas foi uma das referências da Briosa esta tarde.

Fredy

Ao centro no trio de apoio a Sturgeon, feito ponta de lança, Fredy foi o jóquer na boa primeira parte da equipa do Restelo. Nas combinações entre Miguel Rosa, Arsénio e Sturgeon, era ele quem aparecia muitas vezes a tentar finalizar e arrumar o assunto. Tentou várias vezes e conseguiu mesmo, num belo remate a aproveitar uma perda de bola de Marinho. Apagou-se na segunda parte, com o resto da equipa, mas ainda bisou, de penalty, e foi um dos mais inconformados.

Miguel Rosa

É a grande referência desta equipa do Belenenses. Está em todo o lado, é o homem que arrasta a defesa adversária, ganha faltas, toma conta das bolas paradas. Fez tudo isso hoje, mas ainda assim uns furos abaixo do que tem sido a sua bitola. E a equipa precisava de mais Miguel Rosa quando as coisas se complicaram.