Ulisses Morais tinha pedido um super Braga para motivar a sua equipa, mas nem foi preciso aos minhotos jogar muito para deixar os aveirenses nos píncaros, sobretudo Yazalde, por sinal um ex-bracarense. Um ponto na titânica luta pela manutenção, ainda por cima diante de um adversário de outro nível, vale ouro. E até poderia ter sido melhor.

A equipa da casa desperdiçou duas vantagens, chegou rapidamente ao 2-0, perante um conjunto arsenalista claramente a perder gás: duas derrotas e este empate nos últimos quatro jogos e o terceiro lugar em perigo. Basta ao sensacional Paços de Paulo Fonseca (futuro sucessor de Peseiro?) ganhar esta segunda-feira ao Estoril.

Os adeptos arsenalistas andam descontentes, como fizeram questão de o demonstrar na parte final do desafio e, por ironia, na próxima jornada, os «castores» visitam a cidade dos arcebispos. A coisa promete.

Sob o signo da eficácia

O Beira Mar surpreendeu literalmente os minhotos. Sem que nada o fizesse esperar, Yazalde inaugurou o marcador num pequeno ato de traição, ele que havia uns 15 dias ainda trajava de vermelho e branco.

Confortáveis no marcador, os aurinegros entusiasmaram-se, redobraram a atenção defensiva, e exploraram ao máximo o desnorte bracarense. Outro tiro, novo melro. Desta feita Rui Sampaio, na sequência de um livre. Quem diria?

Em pouco mais de meia hora os arsenalistas iam novamente ao tapete, com novo gancho surpresa do adversário. Era o paraíso para os da casa, que jogavam já sem treinador no banco, por força da expulsão de Ulisses Morais por protestos num lance com Yazalde.

Recorde o AO MINUTO do jogo

Os aveirenses, no entanto, não estão a fazer história esta época pela qualidade defensiva, ao contrário de outras temporadas. Aliás, logo na primeira jornada, os aurinegros haviam desperdiçado uma vantagem de 3-0 sobre a Académica. Sintomático.

O golo de Éder, depois de uma boa jogada de Hugo Viana, não veio senão confirmar isso mesmo. Mais uma vez, sem grandes avisos prévios, havia novo tento. Agora com outras cores. A vitamina fez bem aos forasteiros, que terminaram a primeira parte à procura do segundo.

Acabaram por encontra-lo no pé direito de Alan, na recarga a um livre de Viana, outra vez ele, deixando tudo em aberto para a segunda metade da partida. Era como se o contador tivesse sido reposto a zeros.

Confira a FICHA e as NOTAS dos jogadores

Os beira-marenses começaram melhor no reatamento, com Hélder Lopes a surgir na cara de Quim, mas o veterano guarda-redes foi eficiente a encurtar o ângulo de remate do esquerdino.

Responderam ainda melhor os bracarenses, com Eder em destaque e Rui Rego a fazer pela vida. Estava animado o jogo e qualquer uma das equipas podia marcar. Calhou ao Beira Mar, novamente com Yazalde a puxar pelos galões para servir Rúben Ribeiro.

Os aveirenses voltavam a estar por cima no marcador e colocavam mais uma vez a pressão do lado do Braga. Mais do mesmo. Os arsenalistas carregaram, a defesa da casa acabou por ceder, e João Pedro, novamente saído do banco, fez o terceiro para a sua equipa

O jogo ainda não estava «morto», e mesmo com pouco mais de 10 minutos para jogar, ainda houve mais emoção nas proximidades de ambas as balizas, sobretudo na de Quim. Ficou até a sensação de que, caso o encontro tivesse mais alguns minutos, os «guerreiros» do Minho poderiam sair de Aveiro sem qualquer ponto. Algo vai mal no reino minhoto...