O Beira Mar deveria ter anunciado a lista de convocados para o jogo com o Sp. Braga esta sexta-feira mas Rui Bento preferiu marcar mais um treino para amanhã, sábado, e só depois será conhecida a convocatória. A medida não é inédita mas, mesmo assim, pode classificar-se de pouco usual.

Rui Bento quer evitar relaxamentos, numa altura em que a equipa já assegurou a manutenção, mas também terá dúvidas nomeadamente em relação a Djamal. «Encaminhado» para Braga na próxima época, o líbio voltou aos trabalhos na quinta-feira, depois de representar a selecção, e tem-se queixado de dores ao nível dos adutores.

Enquanto não se sabia o estado físico do médio, tanto a direcção como o jovem técnico vieram a público assegurar que contavam com ele para o compromisso frente aos minhotos. Aliás, o treinador aveirense fez a sua defesa por mais de uma vez, dizendo «acreditar no profissionalismo dos atletas».

Dois cenários possíveis

Este sábado, após o último apronto, tudo ficará definido¿ ou não. Da última vez que divulgou os convocados no dia do próprio jogo, Rui Bento optou por chamar todos os disponíveis. Foi para o encontro com o Paços de Ferreira e, na altura, juntou 20 elementos, já que o plantel só tem 24 jogadores e havia quatro indisponíveis.

Desta feita, João Luiz, lesionado, e Yohan Tavares, castigado, ficam automaticamente excluídos, sobrando 22 opções ou 21, tudo dependendo de Djamal. Parece claro que, caso o líbio seja convocado, isso implicará que seja titular, como sempre, até porque a equipa escasseia em recursos para suprir a falta de um médio da sua importância.

Contudo, se voltar a declarar-se sem condições para jogar, a atitude poderá gerar desconfiança da parte dos responsáveis do clube e a situação do jogador corre o risco de não ser mais a mesma até final da época. Outro aspecto que se coloca, para os dois clubes, é a pressão a que Djamal estará exposto num encontro diante da futura equipa.

Não jogar, poderá ser entendido como uma forma de proteger o próprio atleta mas, para isso, ele terá de admitir junto do emblema auri-negro o compromisso com os bracarenses, coisa que não fez¿ até agora. Foi também por isso, num caso parecido, que Leonardo Jardim, há muito apontando como sucessor de Domingos Paciência na capital do Minho, preferiu abandonar o clube, não dando azo a interpretações dúbias.