Johan Cruijjf defende que Lionel Messi devia ser multado pelo Barcelona pela sua viagem ao Qatar durante a semana, quando estava lesionado. O antigo jogador e treinador foi duro na análise à atitude do argentino.
«A sua viagem ao Qatar, estando lesionado, é inaceitável. É-me igual se estava de folga. Em que pensam os seus representantes? Sabem que tem de voltar nas melhores condições, que é um jogador importantíssimo para o clube. Em vez de o incentivar teriam de o proibir de subir para um avião para uma viagem assim», defendeu Cruijjf, no seu artigo semanal no jornal «El Periódico».
«Não é uma questão de código interno, mas de bom senso. E se tem uma recaída? Pode não ter nada a ver, não haver causa-efeito, mas já deste argumentos para a suspeita. O futebol, sempre em primeiro lugar. Se o representante, seja quem for, se o jogador, seja quem for, não têm cabeça suficiente, é explicar-lhes. E se não percebem ou não sabem distinguir o que está primeiro, multa, e exemplar», prossegue Cruijjf. Também Jorge Valdano já tinha abordado a viagem de Messi ao Qatar, considerando em crónica publicada no jornal «A Bola» que atitudes desse tipo levaram no Real Madrid «ao descalabro dos galácticos» e que são mais «perigosas» do que incidentes como aquele protagonizado por Luisão e Katsouranis no Benfica.
Na sua crónica, Cruijjf também fala em tom crítico do estilo de jogo do Real Madrid e do Barcelona: «Nenhum pode estar satisfeito pelo jogo mostrado.» «O Real Madrid teve uma primeira volta com mais pontos que jogo», considera Cruijff, acrescentando que a equipa de Schuster ficou «a meio caminho» na sua promessa de jogar bom futebol.
Quanto ao Barcelona, o holandês diz que resiste ao debate entre futebol atractivo ou prático, defendendo que ambos têm o seu momento: «Ao trabalho, quando toca. Ao espectáculo, quando se pode. E quando te apresentas numa decisão sem Etoo, Messi, Ronaldinho e quase sem Deco, pouco espectáculo. Porque são estes, e não são poucos, os que te dão o acréscimo de qualidade. Sem eles, é cerrar os dentes, os punhos e o que for preciso. Sou o primeiro a querer que o Barça domine e ataque e que isso se traduza em rendimento. Mas, à falta de tanto talento de uma vez, ao trabalho e todos ao mesmo.»