João Tomás foi o convidado da entrevista semanal Maisfutebol/Rádio Clube Português. Muito pretendido por outros clubes, o avançado vai acabar a temporada do Boavista mas quer jogar mais uma época na primeira divisão par acabar em beleza. Sobre os axadrezados, afirma que «a pior fase já passou».
Em que fase da sua carreira está?
Perto do fim (risos). É um sentimento lógico. Temos de nos preparar para o final da actividade e sinto que estou próximo desse final. Talvez jogue mais uma temporada, se tudo correr bem. O importante é ter a noção correcta de como nos sentimos.
E como se sente nesta altura o João Tomás?
Sinto-me bem. Com vontade de jogar. As coisas têm corrido bem e isso ajuda. Estou confiante. Os piores inimigos dos jogadores são as lesões. O ano passado foi terrível. Este ano voltei à normalidade, pois raramente me lesiono. Vou esperar continuar assim até ao fim da época e depois logo se verá.
Como é estar nesta estrutura do Boavista? É como viver num castelo que se pode desmoronar a qualquer momento?
Julgo que a fase mais complicada já foi ultrapassada. Não sabemos o que acontecerá no futuro. Mas o Boavista tem uma estrutura de equipa da primeira divisão. Jogar na Liga Vitalis é difícil mas estamos no bom caminho e teremos um período de qualidade pela frente.
O que resta do Boavistão, campeão nacional em 2001?
O Boavista passa por dificuldades financeiras, isso é público, mas o nome mantém-se íntegro. É importante estar cá, é um orgulho muito grande e temos de dignificar este emblema, que está a caminho dos 106 anos. Seja na primeira ou na segunda divisão.
Se não sair neste período de transferências, espera pelo menos regressar à Liga no próximo ano?
O presidente do Boavista já esclareceu publicamente a minha situação. Agora temos de ajudar o Boavista, pois não tem a possibilidade de inscrever mais jogadores. No próximo ano, voltar à primeira divisão é uma possibilidade muito forte. O meu sonho é acabar bem, nesse escalão.
Ponta-de-lança, português, sete golos marcados já nesta temporada. Sente que ainda pode ser um jogador especial?
Nunca nos meus melhores sonhos acreditei alcançar patamares que atingi. Orgulho-me do que tenho feito. Fui em algumas épocas o único português a jogar em Portugal a fazer frente aos avançados estrangeiros. Gosto de viver com calma. Vou esperar e depois abraçarei novos desafios, se eles aparecerem. Até Maio quero deixar o Boavista na Liga Vitalis, no melhor lugar possível, e depois fazer a melhor escolha, se tiver de sair.