O Benfica não valoriza excessivamente o aumento de cinco por cento de espectadores nos dois primeiros jogos da Liga, em comparação com a época passada. Mas na Luz acredita-se que podia ser ainda melhor sem a crise económica.
Apesar dos tempos difíceis, o Benfica não mexeu no preço dos lugares anuais. «Estamos sensivelmente com os mesmos valores da época passada, por esta altura do ano», explicou Miguel Bento, responsável do clube por esta área, ao Maisfutebol. Ou seja, o Benfica já vendeu cerca de 28 mil lugares e deve chegar aos 30 mil.
Há uns anos, o facto de se poupar dinheiro comprando o lugar anual era o principal argumento de venda. No Benfica já não é bem assim. «O sócio sabe que está a comprar comodidade e acesso aos melhores lugares, para toda a época». Esse é, de acordo com Miguel Bento, o «aspecto fundamental». O processo é simples, fácil, às vezes basta um sms.
Mas com F.C. Porto e Sporting não foi isso que fez a diferença. O aumento de espectadores ficou a dever-se sobretudo a um menor número de faltosos, aqueles que compram para toda a época mas depois acabam por nem sempre ir. Desta vez a vontade de ver os clássicos foi maior do que no ano anterior. Isto apesar de em 2007/08 o jogo com os portistas ter acontecido numa altura fundamental do campeonato, quando os benfiquistas ainda podiam sonhar com o título.
Aparentemente, o Benfica de Quique Flores está a ter mais encanto. «É bom sinal, até porque o nosso objectivo é sempre ter a melhor taxa de ocupação», explica Miguel Bento. Por esta altura, com os dois maiores adversários recebidos em casa, os «encarnados» levam 113.457 espectadores. Um valor elevado se lembrarmos que a Luz leva um pouco mais de 65 mil pessoas embora nestes jogos nem todos os lugares sejam postos à venda, por questões de segurança.
Esta época, o Benfica decidiu dedicar algum do esforço promocional aos jovens com menos de 14 anos. E fez mais alguns ajustes que ajudam a afinar a máquina. Miguel Bento acredita que as assistências neste arranque de época teriam sido «ainda melhores» sem a crise económica. «Teríamos ficado muito perto da lotação esgotada», afirma.