Azenha: «Vim aqui provar que não sou um atrasado mental»

Carlos Azenha, treinador do Portimonense, depois do empate diante do Benfica (1-1), no Estádio da Luz, em jogo da 23ª jornada da Liga:

«O jogo tem seis fases. O Portimonense, em termos de equipa, foi rigoroso em termos defensivos. Montámos uma estratégia para tirar o máximo partido disso. Em termos de caudal ofensivo, o Benfica foi superior a nós, mas isso foi consentido da nossa parte. Se tivermos em conta as oportunidades de golo, penso que nós seriamos o vencedor mais justo».

[Nas declarações na flash-interview pareceu que não esqueceu o jogo de há um ano. Que tem a dizer?]

«Tem tudo a ver com a forma como olhamos para as cosias. Há um ano atrás, quando levei 8-1 neste estádio, vim aqui com três semanas de pré-época e com uma equipa de meninos. O que senti aqui foi um enxovalho em termos profissionais da parte dos jornais. As pessoas esquecem-se que por trás de um treinador está um homem, um pai. Puseram em causa a minha capacidade profissional. Só não se sente quem é não filho de boa gente. Hoje, passado um ano, com o último classificado, vim aqui provar que não sou um atrasado mental. Também vi um treinador da Roma perder por sete, vi o Mourinho perder por cinco, vi o Jesus perder por cinco e ninguém colocou em causa a capacidade profissional destes treinadores. Há que ter respeito pelo Carlos Azenha. Houve outras equipas que vieram aqui, com mais tempo de trabalho, levar cinco e seis e ninguém questionou. Já vi escrito que faltavam sair dois professores do futebol, o Manuel Machado e o Carlos Azenha. E os outros? Quanto mais me batem, mais forças me dá».

[Deu um abraço a Jesus, o diferendo está ultrapassado?]

O diferendo que me opunha ao Jesus foi sanado no local certo. Nada me move contra o treinador do Benfica, desejo-lhe a melhor sorte na Liga Europa. Foi um justo campeão. Hoje quando nos cumprimentámo-nos no fim, desejei-lhe as melhores felicidades».

[Ainda acredita na manutenção?]

«Acredito. Sabem que não é fácil, por várias contingências. Merecíamos ter ganho o jogo com o Olhanense, toda a gente disse isso, ganhámos em Aveiro, a seguir empatámos num campo que é um autêntico pantanal. Hoje, perante as diferenças abismais de uma e outro equipa, conseguimos mais um empate.

[Esperava um Benfica com tantas alterações?]

«Acho que o treinador fez aquilo que todos têm de fazer, que é tomar opções. O Benfica tem claramente noção que o campeonato está muito difícil e a Europa está perto. O treinador do Benfica fez uma gestão, mas independente dos jogadores que jogarem, o Benfica continua a ser uma grande equipa».