NOTA: Este artigo foi publicado originalmente em 21 de março de 2016, durante o Congresso do treinador, que decorreu em Setúbal.
Nuno Espírito Santo esteve em Setúbal onde deu um workshop sobre treinar em função do rendimento superior: basicamente o treinador orientou uma sessão de trabalho, durante a qual estabeleceu como prioridade preparar uma equipa para fazer pressão, e fê-lo com um microfone que possibilitava às bancadas ouvir tudo o que dizia.
O workshop tinha o objetivo de mostrar como se faz para preparar uma equipa e permitiu, entre outras coisas, perceber o peso das zonas de pressão no futebol de Nuno.
O treinador insistiu por isso na importância de «fechar por dentro», ou seja, não deixar o adversário entrar com a bola pelos espaços interiores: para isso exigia que a equipa ocupasse bem os espaços e obrigasse o rival a trocá-la a nos espaços exteriores.
Depois enfatizou que é muito importante definir a zona para recuperar a bola.
Nesse sentido, e de acordo com a filosofia dele, o adversário pode trocar a bola as vezes que quiser na zona defensiva, enquanto a equipa se movimenta apenas para controlar os espaços, até que quando a bola entrar nos extremos ou nos médios ofensivos, aí sim, os jogadores têm de atacar com grande agressividade o portador da bola.
Curiosamente, acrescentou, a pressão sobre o adversário que tem a bola, quando chega o momento de reagir, deve ser feita sempre por dois jogadores: e não apenas por um.
Nuno Espírito Santo explicou que o primeiro homem pressiona o adversário e obriga-o a errar, enquanto o segundo homem recupera a bola.
«É sempre o segundo jogador que recupera a bola», gritou várias vezes.
Por isso, aliás, os meínhos com que os jogadores aquecem ou iniciam os treinos são feitos com dois jogadores no meio: para criar rotinas de recuperação da bola através do segundo homem, que surge nas costas do jogador que pressiona e depois interceta a bola.
Nuno Espírtio Santo insistiu, por fim, que dependendo da zona onde recupera a bola, a equipa deve ter transições ofensivas diferentes: se recuperar na zona defensiva, deve sair com apoios e devagar, se recupera a bola mais à frente, deve sair rápida, através de um contra-ataque.
No fim, disse, foi um workshop que serviu apenas para explicar o básico.
Nuno Espírito Santo voltou ao ativo (mas só para explicar como se faz)
Publicado por Maisfutebol em Segunda-feira, 21 de Março de 2016